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Coronavírus

‘Continuem exigindo a vacina’, diz pernambucana que recebeu 1ª dose dias após se mudar para os EUA

Empreendedora Renata Albertim tem problema respiratório leve e não saberia nem a data de vacinação caso estivesse no Brasil

Renata Albertim foi imunizada apenas quatro dias após chegar aos Estados UnidosRenata Albertim foi imunizada apenas quatro dias após chegar aos Estados Unidos - Foto: Cortesia

A empreendedora pernambucana Renata Albertim, de 33 anos, recebeu, nessa segunda-feira (29), a primeira dose da vacina contra a Covid-19 quatro dias após se mudar para a cidade de Santa Bárbara, na Califórnia, Estados Unidos. 

Ela morava no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e foi para o país com o marido, que vai fazer doutorado em Ciências Ambientais. Eles saíram do Brasil na última quinta-feira (25). "Chegamos na sexta e, no aeroporto, agendamos [a vacina] para segunda. Mostramos o passaporte, o agendamento e vacinamos”, disse Renata. 

Renata tem um problema respiratório leve, que não chega a ser uma asma de fato. “Ele [o marido] precisa se vacinar logo, porque vai dar aula, vai trabalhar como monitor e, no meu caso, tenho falta de ar desde criança. Não chega a ser uma asma, mas é quase isso”, completou a pernambucana.



Pessoas com doenças crônicas respiratórias e outras comorbidades, enfermidades que fazem parte do grupo de risco para a Covid-19, estão na terceira etapa do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação no Brasil. Atualmente, o plano está na segunda etapa, que prevê a prioridade de imunização para idosos de 60 a 74 anos.

Sem uma entrega regular de doses e um cronograma estabelecido, não há uma data específica para o início da vacinação da terceira etapa. Ou seja, caso ainda estivesse no Brasil, Renata não teria nem ideia de quando receberia as doses.

“Eu saí do Brasil com o coração na mão por deixar familiares nessa condição crítica. Temos que exigir a vacinação, a saúde é um direito de todo mundo, do cidadão local, do imigrante. A mensagem que deixo é que os brasileiros, assim como eu, continuem exigindo a vacina”, pediu Renata.

Outrora epicentro da pandemia, com índices altos de casos e mortes, os Estados Unidos registram queda nos índices da Covid-19 desde janeiro, quando teve início a campanha de vacinação no país e o democrata Joe Biden assumiu a presidência no lugar do republicano Donald Trump. Atualmente, o país acumula 30,4 milhões de casos e 550 mil mortes - quase um terço dos residentes no país já foram vacinados.

A Casa Branca informou, na segunda (29), que a vacinação contra o coronavírus será aberta para 90% dos adultos americanos até 19 de abril. A meta de Biden é aplicar 200 milhões de doses até 1º de maio, quando completará 100 dias como presidente.

"Fizemos um grande avanço a respeito da Covid-19, mas novas variantes estão se espalhando rapidamente. Agora não é hora de de baixar a guarda - temos que segurar a onda enquanto vacinamos o país", disse Biden em mensagem publicada nas redes sociais.

A diferença de manejo no combate à pandemia é fundamental para o sucesso da campanha de vacinação americana, segundo Renata. “A diferença na minha visão é a liderança do país. Eles [os americanos] têm uma quantidade para vacinar cada cidadão com três doses, compraram uma dose a mais caso precisem de reforço”, disse. Renata e o marido receberam o imunizante produzido pela Pfizer e tomarão a segunda dose em 19 de abril.

“Que o presidente, os governadores e o ministro da saúde lutem para comprar a vacina, porque não tem outro caminho, não existe tratamento precoce, não tem outra forma da economia retomar, se mantenham firmes”, finalizou a pernambucana.

 

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