Contrariando ambientalistas, Marinha do Brasil afunda ex-porta-aviões com material tóxico
Navio "São Paulo" carregava nove toneladas de amianto em sua estrutura
A Marinha do Brasil afundou, nesta sexta-feira (3), o ex-porta-aviões São Paulo. O navio carregava nove toneladas de amianto em sua estrutura, substância que é cancerígena e banida na maior parte do planeta e se tornou uma preocupação entre especialistas por conta do impacto ambiental que seu afundamento poderia causar.
Em nota, a Marinha informou que o procedimento foi conduzido com as necessárias "competências técnica e de segurança" a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Brasil.
A ação vem após o Ministério Público Federal (MPF) interpor recurso perante o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), na última quinta-feira (2), contra decisão da primeira instância da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) que a liminar para impedir que o casco do porta-aviões São Paulo fosse afundado em águas brasileiras.
Leia também
• Ibama pede à Marinha informação sobre afundamento de porta-aviões
• "Oceanos não são área de descarte", diz professor sobre plano de afundamento de ex-porta-aviões
• Contrariando Ibama e com aval da Justiça, Marinha decide afundar ex-porta-aviões
A área escolhida para o "descanso" do casco foi 350 quilômetros da costa brasileira e cerca de 5 mil metros de profundidade. Segundo a Marinha, "As análises consideraram aspectos relativos à segurança da navegação e ao meio ambiente, com especial atenção para a mitigação de impactos à saúde pública, atividades de pesca e ecossistemas", disse a nota.
Por fim, a Marinha do Brasil também prestou reverência ao ex-Navio Aeródromo São Paulo. "Barco que abriga alma beligerante perpetuada na mente de homens e mulheres que guarneceram seus conveses, dignos servidores da Marinha Nacional Francesa e da Marinha do Brasil, sob a égide das tradições navais e de elevado espírito marinheiro".