Core 2025: CMNE realiza 1ª Conferência com Exército dos EUA para planejar exercício na caatinga
Conferência aconteceu no Forte Guararapes, sede do CMNE, no bairro do Curado
O Comando Militar do Nordeste (CMNE) realizou, nesta quinta-feira (21), a 1ª Conferência de Desenvolvimento de Conceito (CDC) com o Exército dos Estados Unidos.
A conferência, que aconteceu no Forte Guararapes, sede do CMNE, no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, marca o início da preparação para o primeiro exercício conjunto entre tropas brasileiras e americanas no bioma da caatinga.
Denominado Combined Operation and Rotation Exercise (Core 2025), o treinamento está previsto para ocorrer em outubro e novembro de 2025, nas cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), com tropas de Garanhuns e Petrolina. Deverão participar da ação cerca de 200 militares brasileiros e 150 oficiais norte-americanos.
Core 2025
A solenidade foi presidida pelo comandante militar do Nordeste, o general Maurílio Miranda Netto Ribeiro, e contou com a participação de cerca de 60 representantes, incluindo 14 militares americanos.
Além de abordar o planejamento logístico e operacional do exercício, o evento também promoveu atividades externas para apresentar a cultura nordestina aos visitantes.
Exercício inédito no Nordeste
O Core 2025 será o primeiro exercício do tipo realizado no bioma da Caatinga, conhecido por seu clima árido e altas temperaturas.
“A atividade da Core trata-se de uma certificação da preparação das tropas envolvidas para o emprego em combate. É o nível mais próximo, em termos de realismo e de capacitação de emprego militar, que um treinamento pode chegar”, afirmou o general Fernando Fernandes, comandante da 7ª Divisão de Exército.
Fernandes destacou ainda que o treinamento busca levar as tropas a um patamar de realismo semelhante ao encontrado em situações reais de conflito.
Acordo de cooperação
A iniciativa faz parte do programa de cooperação bilateral firmado entre Brasil e Estados Unidos em 2021, que prevê exercícios anuais até 2028. Treinamentos semelhantes já ocorreram em estados como São Paulo, Pará e Amapá, além de em território norte-americano. Contudo esta será a primeira vez que a região Nordeste sediará a atividade.
O general Fernandes também explicou que o Core 2025 será conduzido em conjunto pelas tropas brasileiras e americanas, com um batalhão brasileiro recebendo uma companhia norte-americana.
“As condições para o treinamento são acordadas entre os exércitos, mas a condução da atividade no Brasil é nossa, assim como a atividade nos Estados Unidos é conduzida por eles”, esclareceu o comandante.
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Reforço de laços
Para o CMNE, o Core 2025 reforça os laços estratégicos entre Brasil e Estados Unidos, promovendo a troca de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades em ambientes desafiadores.
O general Fernandes destacou ainda o papel do exercício para o preparo de tropas em diferentes terrenos.
“Nós temos um repertório de ambientes operacionais muito amplo no Brasil: os campos do Sul, as florestas do Norte e a caatinga no Nordeste. São áreas onde buscamos desenvolver competências para operar da melhor forma possível”, disse o general, ressaltando que o objetivo principal é o desenvolvimento de técnicas e avaliações de treinamento que possam ser replicadas futuramente.
Além do preparo físico e técnico, o Core 2025 também abordará aspectos modernos do combate.
“A preparação para a guerra no contexto atual envolve diversos domínios, incluindo o ambiente cibernético, que é fundamental para viabilizar o sucesso da tropa. Temos tropas especializadas que atuarão nesse contexto, além de atividades como primeiros socorros, tiro coletivo e a utilização de armas de grosso calibre”, explicou Fernandes.
Core 2025 já começou
Apesar de o exercício em campo estar marcado para acontecer somente em outubro e novembro de 2025, a preparação das tropas que participarão já começou. O primeiro passo se dá através da seleção das tropas, das unidades de Petrolina e Garanhuns, e segue com a capacitação dessas para a atividade em campo.
Segundo o general Fernandes, a capacitação seguirá um rigoroso ciclo de treinamento, desde o preparo individual até exercícios em grupo.
“A ideia é levar cada soldado ao nível máximo de eficiência, comparável ao que ocorre com o Exército norte-americano, preparando-os para situações reais de combate ou desdobramentos em áreas de conflito”, concluiu o comandante.