Coreia do Norte diz ter lançado com sucesso satélite de vigilância
O foguete, lançado na noite de terça-feira, seguiu a trajetória prevista
A Coreia do Norte informou, nesta terça-feira (21), que conseguiu colocar em órbita um satélite militar de vigilância, um desafio às resoluções da ONU que proibiam o país de usar tecnologias de mísseis balísticos, duramente condenado pelos Estados Unidos e Japão.
O foguete, lançado na noite de terça-feira, seguiu a trajetória prevista e “conseguiu lançar em órbita o satélite Malligyong-1”, informou a agência oficial norte-coreana KCNA.
Antes, o exército sul-coreano anunciou ter “detectado, às 13h43 GMT [10h43 de Brasília] um suposto satélite de vigilância militar”.
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O Japão, por sua vez, registrou o lançamento de um míssil norte-coreano, que o primeiro-ministro Fumio Kishida condenou com "a maior firmeza possível".
“Mesmo que chame isto de um satélite, o lançamento de um objeto que utiliza a tecnologia dos mísseis balísticos é claramente uma violação das resoluções das Nações Unidas”, reforçou o primeiro-ministro japonês.
Depois do anúncio do lançamento, o governo japonês tentou rapidamente que os moradores da região de Okinawa, no sudoeste do arquipélago, buscassem abrigo.
O lançamento “eleva as tensões e corre o risco de desestabilizar a situação de segurança na região e fora dela”, afirmou, por meio de nota, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, Adrienne Watson.
A Coreia do Sul reagiu, declarando que vai retomar as operações de vigilância ao longo da fronteira com a Coreia do Norte, suspensas em 2018 no âmbito de um acordo para reduzir as contribuições militares, segundo a agência de notícias Yonhap.
Registro de testes com mísseis
A Coreia do Norte informou o Japão anteriormente de sua intenção de lançar um satélite a partir de quarta-feira, segundo Tóquio, em uma terceira tentativa após dois fracassos em maio e agosto.
Em agosto, Pyongyang designou três áreas marítimas suscetíveis de serem afetadas pelo lançamento previsto na ocasião: duas no Mar Amarelo, no oeste da península coreana, e uma terceira em águas situadas no leste das Filipinas.
"As zonas de perigo mencionadas pela Coreia do Norte desta vez disseram às anunciadas durante seu projeto de lançamento de satélite em agosto", comentou um dirigente sul-coreano citado pela agência de notícias Yonhap.
Há semanas, Seul anunciou que Pyongyang estava nas “últimas etapas” dos preparativos para um novo lançamento de satélite espião.
A aproximação recente entre a Coreia do Norte e a Rússia preocupa os Estados Unidos e os seus aliados sul-coreano e japonês.
Segundo Seul, Pyongyang fornece armas à Rússia em troca de tecnologias espaciais russas.
No início de novembro, o secretário do Estado americano, Antony Blinken, denunciou os vínculos militares “crescentes e perigosos” entre a Coreia do Norte e a Rússia.
A Coreia do Norte realizou este ano um número recorde de testes com mísseis, apesar das avaliações internacionais e das advertências dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e dos seus aliados.
O país qualificou, ainda, como “irreversível” o seu status de potência nuclear.