Coreia do Norte fecha agências que trabalham para reunificação com Coreia do Sul
Decisão anunciada pelo Parlamento da Coreia do Norte de fechar as agências de cooperação se soma a outras medidas que aumentaram as tensões
A Coreia do Norte fechou várias agências que treinaram para promover a cooperação e a reunificação com a Coreia do Sul, e seu líder, Kim Jong-un, pediu mudanças constitucionais que lhe permitissem "ocupar" o país vizinho, informando veículos de comunicação estatais nesta terça-feira -feira (16).
O líder norte-coreano também relatou que não considerará a fronteira marítima "de facto" entre os dois países e ameaçou travar uma guerra aberta, se Seul violar "nem que seja 0,001 milímetro" de seu território.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, disse ao seu gabinete que uma provocação do Norte recebeu uma resposta “múltiplas vezes mais forte” e enfatizou as “esmagadoras capacidades de resposta” do seu Exército.
A retórica beligerante de ambos os líderes reflete a flexibilidade das relações entre as duas Coreias, agravada após o recente lançamento de um satélite espião por parte de Pyongyang que desencadeou a suspensão de um acordo militar para conter as fronteiras fronteiriças.
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A decisão anunciada pelo Parlamento da Coreia do Norte de fechar as agências de cooperação se soma a outras medidas que aumentaram as tensões, como manobras militares com fogo real, ou lançamentos de mísseis.
Num discurso na Assembleia Suprema do Povo, Kim pediu a adoção de novas medidas legais que definiriam formalmente a Coreia do Sul como “o país mais hostil”, informou a KCNA.
“Podemos especificar na nossa Constituição a questão de ocupar completamente, subjugar e recuperar a República da Coreia (nome oficial do Sul) e anexá-la como parte do território da nossa República, no caso de uma guerra estourar”, defendeu Kim.
“Se a República da Coreia violar nem que seja 0,001 milímetro do nosso espaço terrestre, aéreo e marítimo, isso será considerado uma provocação de guerra”, acrescentou.
Recentemente, o líder norte-coreano definiu Seul como o “principal inimigo” do país e garantiu que as tentativas de reconciliação foram “um erro”.
Preparação para "a guerra"
Em suas constituições, tanto o Norte quanto o Sul reivindicam sua soberania sobre toda a península.
A República Popular Democrática da Coreia e a República da Coreia (os nomes oficiais do Norte e do Sul) foram fundadas há 75 anos, mas ainda se compartilham entidades independentes.
Além de se encontrarem técnicas em conflito, posto que as hostilidades da guerra da Coreia (1950-1953) terminaram com um armistício, mas nunca se chegou a distribuir a paz entre ambos os países.
Até agora, as relações entre ambos eram administrados pelo Ministério da Unificação em Seul e pelo Comitê para a Reunificação Pacífica em Pyongyang, uma das agências abolidas pela assembleia norte-coreana.
"Os dois Estados mais hostis, que estão em guerra, estão agora em um confronto agudo na península coreana", afirma o texto aprovado pelo Parlamento, segundo a KCNA.
“A reunificação da Coreia nunca pode ser alcançada com a República da Coreia”, acrescenta.
Durante a reunião anual do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, no final de 2023, Kim ameaçou lançar um ataque nuclear contra o Sul e tentou o reforço do arsenal militar de seu país para uma "guerra" que poderia "estourar a qualquer momento ".
No domingo (14), o país isolado comunista lançou um míssil hipersônico de combustível sólido, no primeiro teste de armas de Pyongyang a ser anunciado este ano.
Dias antes, a Coreia do Norte realizou exercícios militares com fogo real perto da tensa fronteira marítima com a Coreia do Sul, o que levou Seul a mobilizar manobras de suas próprias tropas e a evacuar algumas ilhas perto da divisão territorial entre ambas.
No final do ano passado, Pyongyang também conseguiu colocar em órbita um satélite espião. Segundo Seul, a Rússia ajudou em nível tecnológico em troca da venda de armas norte-coreanas para usar na guerra da Ucrânia.
A Coreia do Sul respondeu, anunciando a suspensão parcial de um acordo militar assinado em 2018 para conter as retiradas na fronteira, o que o Norte decidiu cancelar por completo pouco depois.