Coreia do Norte planeja testar armas nucleares, dizem EUA
País estaria ignorando as propostas dos Estados Unidos para negociações e planejando realizar seu primeiro teste com armamento nuclear em quase cinco anos
Pyongyang está ignorando as propostas dos Estados Unidos para iniciar conversas e planeja realizar seu primeiro teste com armamento nuclear em quase cinco anos para a festividade de 15 de abril, disse nesta quarta-feira (6) o principal enviado do Departamento de Estado para a Coreia do Norte.
Sung Kim, representante especial para a Coreia do Norte, disse que Washington acredita que Pyongyang poderia estar planejando uma demonstração de sua crescente capacidade armamentística nuclear na festividade da próxima semana, quando celebrará o 110º aniversário de nascimento de Kim Il Sung, fundador da República Popular Democrática da Coreia (RPDC).
"Nos preocupa que, em ligação com o próximo aniversário em 15 de abril, a RPDC possa ter a tentação de empreender outra ação provocativa", disse Kim a jornalistas a respeito dos recentes testes com mísseis balísticos da Coreia do Norte.
"Não quero especular muito, mas acho que poderia ser outro lançamento de mísseis, poderia ser um teste nuclear", disse.
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Pyongyang realizou vários testes com armas nucleares desde 2006. O último foi em 2017. Os norte-coreanos têm ignorado as propostas dos americanos de retomar os diálogos sobre a retirada de todas as armas nucleares da península coreana, disse Kim.
"Não tivemos nenhuma resposta de Pyongyang, o que é muito decepcionante, porque enviamos muitas mensagens, tanto públicas quanto privadas, convidando-os a dialogar sem condições", disse.
Kim também disse que a China e a Rússia não estavam ajudando no propósito do presidente dos Estados Unidos de retomar os diálogos com o líder norte-coreano, Kim Jong Un.
As conversas para conter os planos nucleares de Pyongyang ganharam impulso durante o governo do ex-presidente Donald Trump mas depois pararam.
Desde que Biden assumiu o cargo, em janeiro de 2021, a Coreia do Norte fez 13 testes de mísseis. A última foi no mês passado como um míssil balístico, mas potencialmente apto para transportar uma ogiva nuclear e capaz de chegar ao leste dos Estados Unidos.