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Coreia do Norte: quais são as supostas armas enviadas à Rússia

Defesa da Coreia do Sul estima que Pyongyang já enviou 10 mil contêineres com armamentos para Moscou, incluindo mísseis da série Hwasong-11A

Coreia do Norte mostra disparo de mísseis da unidade de Artilharia Hwasong, responsável por importantes missões operacionais da Frente Ocidental do Exército do Povo CoreanoCoreia do Norte mostra disparo de mísseis da unidade de Artilharia Hwasong, responsável por importantes missões operacionais da Frente Ocidental do Exército do Povo Coreano - Foto: AFP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, viaja à Coreia do Norte nesta terça-feira para uma visita de dois dias ao líder comunista Kim Jong-un, um dos principais fornecedores de armas para a sua campanha militar na guerra na Ucrânia.

À medida que o conflito no Leste Europeu se arrastava, a Rússia deparou-se com uma necessidade urgente de armas convencionais, incluindo munições de artilharia, que a Coreia do Norte tem capacidade de fornecer. Com esse pensamento estratégico em vista, Putin e Kim cultivaram uma aproximação. Veja o que sabemos até o momento.

O que sabemos sobre os envios de armas da Coreia do Norte à Rússia?
Os EUA acusaram a Coreia do Norte de vender artilharia à Rússia, pela primeira vez, em setembro de 2022, sete meses após o início da guerra na Ucrânia. Na época, Pyongyang negou as acusações.

Depois, em agosto de 2023, a Casa Branca avisou que Putin e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, estavam conduzindo negociações sobre armas e, em setembro, Kim visitou Putin no leste da Rússia.

Poucas semanas depois, autoridades norte-americanas afirmaram que a Coreia do Norte tinha enviado mais de 1 mil contêineres de armas para a Rússia para utilização na Ucrânia. Até março, disseram as autoridades, a Coreia do Norte tinha enviado cerca de 7 mil contêineres com carga bélica para a Rússia.

Imagens de navios russos com cargas norte-coreanas reforçam acusação de tráfego de mísseis Imagens de navios russos com cargas norte-coreanas reforçam acusação de tráfego de mísseis (Foto: Ministério da Defesa/Reprodução Guardian)

Se preenchidos com projéteis de artilharia de 152 milímetros, os contêineres poderiam transportar até três milhões de cartuchos, disse o ministro da Defesa da Coreia do Sul. Ou, se preenchidos com foguetes de 122 milímetros, poderiam ter mais de meio milhão unidades.

Eles também poderiam ter transportado os dois tipos de equipamento. Na última estimativa, o ministro sul-coreano Shin Won-sik estimou, na semana passada, o número de 10 mil contêineres da Coreia do Norte para a Rússia.

Além disso, a Casa Branca disse em janeiro que a Rússia começou a lançar mísseis balísticos produzidos na Coreia do Norte. Especialistas em controle de armas disseram que fragmentos do míssil balístico de curto alcance Hwasong-11A foram encontrados após ataques aéreos russos em cidades ucranianas durante meses, inclusive em Kharkiv, em fevereiro.

A Coreia do Norte também pode fornecer mísseis antitanque e mísseis terra-ar portáteis, bem como fuzis, lançadores de foguetes, morteiros e granadas, disseram oficiais militares sul-coreanos a jornalistas em novembro.

Tanto Moscou quanto Pyongyang negam o comércio de armas, que é proibido pelas sanções das Nações Unidas impostas à Coreia do Norte.

Qual a importância das armas norte-coreanas na guerra na Ucrânia?
A guerra na Ucrânia é uma guerra de desgaste, com a Rússia e a Ucrânia tentando superar-se mutuamente, fazendo milhares de disparos de artilharia, mísseis e foguetes todos os dias. Isso significa que todas as munições fornecidas pela Coreia do Norte ajudam a Rússia a manter uma vantagem sobre a Ucrânia.

Os mísseis da série Hwasong-11A, em particular, têm um alto grau de precisão e são difíceis de abater, disseram especialistas. Mas pelo menos algumas das outras armas são consideradas antigas ou um tanto ineficazes. No ano passado, o principal oficial militar dos EUA na época, general Mark A. Milley, disse duvidar que o fornecimento de cartuchos de 152 milímetros norte-coreanos tivessem um grande impacto no campo de batalha.

"Teria uma diferença enorme? Sou cético quanto a isso" disse ele pouco antes de deixar o cargo de presidente do Estado-Maior Conjunto.

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