Comerciantes e consumidores dividem opiniões sobre restrições adotadas pelo Governo
Novas medidas começam a valer às 20h desta quarta-feira (3), e seguem até o dia 17 de março
Têm início, nesta quarta-feira (3), as novas medidas restritivas adotadas pelo Governo de Pernambuco para tentar conter a disseminação do vírus da Covid-19 no Estado. Atividades não essenciais estão proibidas das 20h às 5h, de segunda a sexta-feira. Além disso, apenas os serviços essenciais podem funcionar nos finais de semana, no esquema válido até 17 de março.
Em ronda feita pela Folha de Pernambuco, praias, parques e shoppings foram visitados, no intuito de saber de comerciantes e consumidores como eles receberam as novas restrições, e como serão afetados na prática.
Em visita ao Parque Dona Lindu, na Zona Sul, o fluxo de pessoas presentes no local era pequeno. Apenas alguns familiares marcavam presença fazendo o uso da máscara de proteção. Na companhia do neto de apenas dois anos e nove meses, o aposentado Carlos Rocha vê uma decisão acertada do Governo. De acordo com o senhor de 72, é raro ver algum cidadão respeitando as medidas protetivas nos espaços públicos.
"A população não ajuda. Muita gente que frequenta o parque não faz o uso da máscara de proteção, não vê o direito do outro que busca se proteger. Por conta disso, venho sempre em momentos mais tranquilos. Deixei de ir à praia porque ninguém respeita. Tenho conhecimento que a área médica está abarrotada, poucos leitos disponíveis, e preciso fazer minha parte", desabafou.
Na praia, a preocupação por parte de quem trabalha na localidade é grande. Com o baixo fluxo de consumidores durante a semana, os comerciantes se apegam aos sábados e domingos para ter um lucro maior nas vendas. Com as novas medidas restritivas, terão que ficar dois finais de semana sem vender seus produtos, seja no calçadão ou na faixa de areia. "Para nós, o final de semana é muito bom, é quando mais lucramos. Essa proibição vai "nos quebrar". Sabemos que isso é para o bem da população, os hospitais estão sem leitos, mas na questão da economia vai dificultar para muita gente. Vamos sofrer um pouco com isso. Muitos colegas já não vieram trabalhar hoje", explicou Mariana da Conceição, sócia de um quiosque localizado na orla de Boa Viagem.
Shoppings
Uma das opções de lazer da população nos finais de semana, os shoppings também não poderão abrir suas portas nos sábados e domingos. Consumidora assídua dos centros de compras, a pedagoga Kátia Maranhão concordou com as medidas adotadas. Porém, para a recifense de 54 anos, "outras providências deveriam ser tomadas antes. Outros países mostraram que, quando abriu demais, os problemas foram grandes. Estamos encarando estes mesmos problemas agora. Sem shoppings, sem bares, teremos que ficar em casa, por irresponsabilidade de algumas pessoas que poderiam estar administrando isso de uma forma melhor."
Para não sofrer com a queda de vendas, neste período, os centros de compras estão investindo nos serviços on-line e no atendimento drive-thru para os clientes não ficarem sem os serviços nos finais de semana, como explica a superintendente do Shopping Tacaruna, Sandra Arruda. "A gente tem a opção do delivery, o cliente pode fazer suas compras através da plataforma digital do shopping e receber seus produtos em casa, com frete grátis. Não precisa o cliente sair de casa para adquirir os produtos que temos aqui."