Coronavírus

Vacinas chegam a uma União Europeia parcialmente confinada

Diversos países que integram o bloco receberam as primeiras doses da vacina neste sábado (26)

Vacinas chegam na União EuropeiaVacinas chegam na União Europeia - Foto: NICOLAS MAETERLINCK / POOL / AFP

Dizimada, semiconfinada e receosa com a nova cepa do coronavírus que se espalha por vários países, a União Europeia (UE) recebeu neste sábado (26) as primeiras doses de suas vacinas contra o coronavírus, que já ceifou mais de 540.000 vidas na região, e os Estados-membros começarão a administrá-las neste fim de semana.

Na manhã deste sábado, os valiosos fármacos produzidos pelos laboratórios americano Pfizer e alemão BioNTech foram entregues em hospitais e lojas de países como França, Espanha e Itália.

Como já aconteceu em Estados Unidos, Chile, Suíça, Costa Rica e México, os primeiros cidadãos a receber a vacina serão pessoas com idade avançada e pessoal sanitário. Cada país estabelecerá suas prioridades e a maioria dos países prevê distribuí-las a partir de domingo.

Mas na Alemanha a vacinação começou neste sábado e a primeira pessoa imunizada foi Edith Kwoizalla, de 101 anos, que mora em uma residência para idosos no leste do país.

A Hungria também foi um dos primeiros países da UE a vacinar e a partir deste sábado imuniza seu pessoal médico, pouco depois de o fármaco chegar a território húngaro.

A vacina, um dos bens mais valiosos neste momento em todo o mundo, caminhões frigoríficos deixam a fábrica da Pfizer em Puurs, nordeste da Bélgica, escoltados por forças de segurança.

Na Espanha, um caminhão levou a carga com imunizantes para o centro de armazenamento da Pfizer em Guadalajara (centro).

As autoridades do país, que soma 50.000 mortes pelo coronavírus, esperam ter vacinado em junho entre 15 e 20 milhões de pessoas de uma população de 47 milhões.

Na Itália, onde as vacinas chegaram na sexta-feira pela fronteira austríaca, o primeiro cidadão vacinado será uma enfermeira italiana de 29 anos em um hospital de Roma. No norte do país, Annalisa Malara, médica que identificou o paciente zero no país, também será imunizada.

A Itália é o país mais enlutado da Europa por esta pandemia, com 71.000 mortes, mas segundo pesquisas, apenas 57% da população quer se vacinar, apesar de os cientistas estimarem que a imunidade efetiva ocorrerá quando de 75% e 80% da população estiver vacinada.

Na França, onde mais de 62.000 pessoas morreram de covid-19, as primeiras injeções serão aplicadas em dois lares para idosos.

"Esta vacina é a chave que permitirá que retomemos nossas vidas. Esta notícia deve nos animar", disse neste sábado o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn.

A nova cepa se espalha 

Os casos de pessoas contaminadas pela nova variante do coronavírus, surgida no Reino Unido, continuam aparecendo em vários países europeus. Neste sábado, foram detectados pelo menos quatro casos em Madri, em pessoas que teriam retornado do Reino Unido ou que tinham relação com viajantes procedentes deste país.

Outros seis positivos da nova cepa foram diagnosticados no sábado na Itália, elevando para mais de dez os casos confirmados desta variante no país.

Também foram confirmados os primeiros casos em Alemanha, França, Suécia e Japão. Antes já tinham sido detectados contágios em Dinamarca, Holanda e Austrália.

Desde 20 de dezembro, os moradores de várias regiões da Inglaterra são submetidas a um confinamento para tentar frear esta nova variante do vírus, a princípio mais contagiosa, que acelerou os contágios. Neste sábado, um total de 24 milhões de pessoas, ou seja, 40% da população da região, devia permanecer em suas casas.

Após confirmada esta mutação do vírus, só detectada se for analisado o sequenciamento do genoma do vírus após um teste de PCR, muitos países fecharam suas portas com o Reino Unido e alguns mantêm até hoje estas restrições em suas conexões aéreas, marítimas ou terrestres.

Depois de uma espécie de trégua natalina, na qual os austríacos puderam esquiar, o país inicia neste sábado seu terceiro confinamento.

Haverá um toque de recolher durante "todo o dia", segundo o governo, que estará em vigor até 24 de janeiro, com algumas flexibilizações a partir de 18 de janeiro para quem se submeter a um teste de antígenos. Novas restrições também entram em vigor neste sábado na Escócia e na Irlanda do Norte.

Neste momento, a Europa é a região do mundo onde o vírus se propaga mais rapidamente, com uma média de 250.000 novos casos por dia na semana passada.

O "extraordinário" êxito da China

Em todo o mundo, a pandemia já matou mais de 1,75 milhão de pessoas e provocou quase 80 milhões de contágios.

O Japão anunciou neste sábado que proibirá a chegada de estrangeiros não residentes a partir de segunda-feira até o final de janeiro, depois de terem sido detectados no país asiático os primeiros contagiados da nova cepa de covid-19.

Na China, onde o vírus surgiu no fim de 2019, os dirigentes do Partido Comunista (PCC) comemoraram o "extraordinário" êxito do país frente à pandemia, oficialmente erradicada em seu território, dias antes da chegada ao país de uma missão da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tentará esclarecer as origens do novo coronavírus.

Na América Latina e no Caribe, onde já houve 495.000 mortos e 15 milhões de contágios, más notícias chegaram da Bolívia, onde os casos teriam aumentado perigosamente nas principais cidades do país.

A Bolívia registra desde março um total de 153.000 contágios e pouco mais de 9.000 falecidos pelo novo coronavírus. Nos últimos dois dias, foram registrados mais de 1.000 casos diários, cifras que não aconteciam há meses.

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