naufrágio

Corpo do empresário britânico Mike Lynch é encontrado após naufrágio na Itália

A guarda costeira, que recuperou quatro corpos na quarta-feira e um quinto na manhã desta quinta-feira

Os mergulhadores encontraram o corpo do magnata britânico do setor de tecnologia Mike Lynch, cujo iate de luxo naufragou no início da semana na costa da SicíliaOs mergulhadores encontraram o corpo do magnata britânico do setor de tecnologia Mike Lynch, cujo iate de luxo naufragou no início da semana na costa da Sicília - Foto: Ben Gurr / POOL / AFP / Alberto Pizzoli / AFP

Os mergulhadores encontraram o corpo do magnata britânico do setor de tecnologia Mike Lynch, cujo iate de luxo naufragou no início da semana na costa da Sicília, informou nesta quinta-feira (22) a Guarda Costeira italiana, que prossegue com os esforços para recuperar o corpo da última vítima.

No total, três homens e três mulheres desapareceram nos destroços do iate “Bayesian”, que afundou em questão de minutos na manhã de segunda-feira, a cerca de 700 metros do porto de Porticello, próximo a Palermo, após um tornado.

Quinze pessoas foram resgatadas, incluindo seis passageiros.

A guarda costeira, que recuperou quatro corpos na quarta-feira e um quinto na manhã desta quinta-feira, disse à AFP que os corpos de todas as vítimas do sexo masculino foram removidos, confirmando a morte de Lynch.

O número de mortos agora chega a seis, depois que o corpo de um membro da tripulação foi encontrado na segunda-feira.

Uma fonte próxima à investigação indicou que os corpos do magnata e de sua filha Hannah não estavam entre os recuperados na quarta-feira. Acredita-se, portanto, que a jovem de 18 anos seja a última pessoa desaparecida.

Lynch, 59 anos, um bilionário conhecido como o "Bill Gates britânico", comemorava em seu iate de luxo, ao lado de amigos, colaboradores e advogados o início de sua "segunda vida".

Nos últimos anos, o empresário ganhou as manchetes principalmente por um julgamento em um caso de fraude ligado à venda da empresa de software Autonomy, fundada por ele, para o grupo americano HP por US$ 11 bilhões (18,3 bilhões de reais em valores da época) em 2011.

Em 2023, ele foi extraditado do Reino Unido para os EUA para ser julgado no caso, mas foi absolvido em junho após um julgamento em São Francisco, Califórnia.

“Mal posso esperar para voltar ao Reino Unido e me reconectar com o que mais amo: minha família e a inovação em minha área”, disse ele na época.

"Uma armadilha" 
Além do magnata e de sua filha, as outras quatro pessoas desaparecidas na segunda-feira eram Jonathan Bloomer - presidente do Morgan Stanley International, uma subsidiária do banco americano - e sua esposa, e Chris Morvillo - advogado que defendeu Mike Lynch em seu julgamento nos EUA - e sua esposa.

Jonathan Bloomer e sua esposa Judy “eram pessoas incríveis e uma fonte de inspiração para muitos, mas, acima de tudo, eles se concentravam e amavam sua família”, disse sua família em um comunicado nesta quinta-feira.

“Juntos por cinco décadas, nosso único consolo é que eles ainda estão juntos hoje”, concluiu.

Os primeiros relatos de testemunhas afirmaram que o mastro de 75 metros do iate havia quebrado, mas novas informações reveladas na quarta-feira indicam que o cenário pode ter sido diferente.

A velocidade do naufrágio do iate e o fato de que as embarcações ao seu redor não foram afetadas provocam questionamentos, em particular sobre se a quilha lastrada, que funciona como contrapeso do imponente mastro, estava abaixada ou levantada no momento da tempestade.

O diretor do 'The Italian Sea Group', proprietário do estaleiro Perini Navi, que construiu o "Bayesian", apontou uma falha humana.

"Tudo que aconteceu aponta para uma longa série de erros. Os passageiros não deveriam estar nas cabines, a embarcação não deveria estar ancorada", declarou Giovanni Costantino em uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.

"Um barco do Perini resistiu ao furacão Katrina, um furacão de categoria 5 que devastou os Estados Unidos em 2005", disse. "Você acha que não poderia resistir a um tornado aqui?".

Costantino disse que é "uma boa prática quando o navio está ancorado ter um guarda no convés e, se estivesse lá, ele não poderia ter deixado de ver a tempestade chegando".

"Porém, a água entrou com os convidados ainda em suas cabines. Um ângulo de 40 graus é suficiente para que as pessoas que estão em uma cabine fiquem com a porta acima delas: você imagina um homem de 60 ou 70 anos escalado para sair?", questionou.

"Acabaram em uma armadilha, estas pobres pessoas acabaram como ratos em uma armadilha", disse Costantino.

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