Corpos queimados encontrados no Equador são de menores desaparecidos após operação militar
Saúl Arboleda, Steven Medina e os irmãos Josué e Ismael Arroyo, com idades entre 11 e 15 anos, foram detidos em 8 de dezembro por uma patrulha composta por 16 militares
Os corpos carbonizados encontrados próximos a uma base militar no Equador são dos quatro menores que desapareceram há três semanas após serem detidos por soldados na cidade portuária de Guayaquil, informou o Ministério Público nesta terça-feira (31).
“Os resultados das perícias de genética forense confirmam que os 4 corpos encontrados em #Taura abrangem 3 adolescentes e uma criança desaparecida após uma operação militar no último dia 8 de dezembro”, detalhou o órgão na rede social X.
Saúl Arboleda, Steven Medina e os irmãos Josué e Ismael Arroyo, com idades entre 11 e 15 anos, foram detidos em 8 de dezembro por uma patrulha composta por 16 militares no bairro de Las Malvinas, no sul de Guayaquil. Essa é uma das cidades mais afetadas pela violência do narcotráfico, onde o governo mantém patrulhamento militar nas ruas.
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Em 24 de dezembro, após a justiça civil determinar que houve um "desaparecimento provocado" de adolescentes, quatro corpos queimados foram encontrados em uma área de manguezais próxima à base da Força Aérea Equatoriana (FAE) em Taura, nos arredores de Guayaquil, em qual entregue a patrulha.
Nesta terça-feira, um tribunal penal de Guayaquil tentou prisão preventiva para os 16 membros da FAE investigados pelo desaparecimento dos menores, em um caso que gerou grande comoção no país e preocupação em organismos internacionais.
O Ministério Público acusou o grupo de soldados, que já estava sob custódia militar por decisão das autoridades castrenses, pelo crime de desaparecimento forçado, punido com até 26 anos de prisão, segundo o código penal equatoriano.