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RIO GRANDE DO SUL

''Corredor humanitário'': Porto Alegre derruba passarela e usa pedregulhos para acesso a Canoas

Como terá um único sentido, a pista provisória irá funcionar de forma alternada, com orientações de agentes de trânsito

Vista aérea de um parque de diversões inundado em Canoas, município ao norte de Porto AlegreVista aérea de um parque de diversões inundado em Canoas, município ao norte de Porto Alegre - Foto: Nelson Almeida/AFP

A prefeitura de Porto Alegre fez a demolição da passarela junto ao Túnel da Conceição, utilizada por pedestres para chegar à rodoviária, nesta sexta-feira (10). A decisão foi anunciada na quinta-feira (9), para viabilizar a criação de um "corredor humanitário", a fim de permitir a passagem de caminhões, tanques e outros veículos de grande porte entre a capital do Rio Grande do Sul e a vizinha Canoas, duas das cidades mais afetadas pela enchente e a chuva extrema no Estado.

"A comida tem de chegar, a ambulância tem de passar, o Exército tem de passar. Vai ser um corredor que salva vidas", declarou o prefeito, Sebastião Melo (MDB) durante coletiva de imprensa na quinta. A previsão é que o acesso alternativo comece a ser utilizado ainda nesta sexta ou no sábado (11).

A medida envolve a criação de uma pista única de acesso provisória, com a colocação de pedras rachão e brita em cerca de 300 metros da Avenida Castelo Branco, que está parcialmente encoberta pela inundação. O novo caminho será uma rota logística de veículos de apoio à crise ambiental e humanitária, inclusive para o acesso a hospitais e circulação de alimentos e remédios.

A implantação do corredor humanitário começou na quarta-feira. Como terá um único sentido, a pista provisória irá funcionar de forma alternada, com orientações de agentes de trânsito. A princípio, não será destinada à circulação de automóveis da população em geral.

Caminhões e veículos com doações e itens de primeira necessidade têm enfrentado engarrafamentos para trafegarem de uma cidade à outra, pela RS-118. A previsão é que a via alternativa esteja pronta até o fim da sexta-feira, 10, com a demolição da passarela pela manhã. Há diversas vias e rodovias com bloqueios no Estado, o que tem dificultado a circulação de itens essenciais e a prestação de socorros e engarrafado os poucos caminhos disponíveis.

O balanço mais recente aponta mais de 1,9 milhão de impactos em 435 dos 497 municípios gaúchos. Ao menos, 69,6 mil pessoas estão em abrigos e 337,1 mil estão desalojadas, de acordo com a Defesa Civil.

A inundação segue na Grande Porto Alegre, assim como tem avançado sobre municípios na região sul, no entorno da Lagoa dos Patos. Há preocupação com o retorno da chuva intensa e a onda de frio esperados a partir desta sexta.

Cidades estão em estado de calamidade. Há falta de insumos e remédios variados, além da escassez de mantimentos nos mercados e dificuldade para o acesso à água potável e energia. A situação tem causado uma fuga em massa para o litoral nos últimos dias.

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