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Costa Rica oferece asilo político a María Corina Machado e Edmundo González, mas oferta é rejeitada

Líder opositora agradeceu o convite, mas afirmou que continuará na Venezuela pois sua 'responsabilidade é continuar esta luta ao lado do povo'

O presidenciável Edmundo González e a líder opositora María Corina Machado O presidenciável Edmundo González e a líder opositora María Corina Machado  - Foto: Federico PARRA / AFP

A Costa Rica ofereceu nesta terça-feira asilo político ao candidato da oposição na Venezuela, Edmundo González, e à líder María Corina Machado, informou o chanceler do país centro-americano, Arnoldo André. Apesar da oferta, a líder opositora agradeceu o convite, mas afirmou que continuará na Venezuela pois sua "responsabilidade é continuar esta luta ao lado do povo".

"Estamos dispostos a conceder asilo político, refúgio na Costa Rica, tanto a María Corina Machado quanto a Edmundo González e a todos os outros perseguidos politicamente na Venezuela", afirmou o ministro em um vídeo enviado à imprensa e publicado nas redes sociais.

"Fomos informados de que existem ordens de apreensão, prisão e captura contra María Corina Machado e Edmundo González na Venezuela", disse André ao justificar a oferta de asilo.

 

"Aprecio a generosa hospitalidade do governo da Costa Rica em reação à repressão brutal do regime de Maduro contra os cidadãos que defendem os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho. Nossa prioridade é a proteção dos nossos colegas requerentes de asilo na Embaixada da Argentina. Minha responsabilidade é continuar esta luta ao lado do povo. Da Venezuela, obrigado ao querido povo e ao governo da Costa Rica", escreveu a opositora no X.

Horas após as eleições de domingo na Venezuela, o oficial Centro Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que o presidente Nicolás Maduro havia obtido 51,2% dos votos, superando os 44,2% de González, mas a oposição rejeitou os resultados e denunciou fraude.

Pelo segundo dia consecutivo, milhares de pessoas protestaram em várias cidades da Venezuela contra a anunciada reeleição do presidente. Em menos de 24 horas, foram registradas quase 750 detenções nas manifestações, com informações da prisão, separadamente, de dois líderes da oposição. Segundo quatro organizações dos direitos humanos, ao menos 11 manifestantes morreram nos atos, além de um oficial das forças de segurança, e há dezenas de denúncias de desaparecimentos.

Em meio à repressão, EUA, ONU e União Europeia fizeram um apelo para que as forças de segurança garantam a liberdade de protesto, mas as Forças Armadas, alinhadas ao chavismo, expressam "absoluta lealdade" a Maduro e classificam de "golpe de Estado" os protestos contra governo.

O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, pediu ao Ministério Público que prenda María Corina e González, afirmando que com o "fascismo não se dialoga, não se dá benefícios processuais, não se perdoa". Apesar de, durante a campanha, González ter sido alvo constante de ataques por parte de altos funcionários do governo, essa é a primeira vez que alguém pede sua prisão. Já María Corina virou na segunda-feira alvo de uma investigação por um suposto ataque hacker ao sistema eleitoral, que, dizem analistas, seria quase impossível de violar.

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