Logo Folha de Pernambuco

Educação

Cota racial é maior política de reparação da história, destaca Anielle

Ministra afirma que pretende expandir leque de ações afirmativas

A ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, participa do 12º Congresso Gife, com o tema Desafiando Estruturas de Desigualdade, no Memorial da América Latina A ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, participa do 12º Congresso Gife, com o tema Desafiando Estruturas de Desigualdade, no Memorial da América Latina  - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse nesta quinta-feira (13) que a política de cotas raciais nas universidades foi a maior ação feita pelo Estado brasileiro para compensar os danos causados à população negra ao longo dos últimos séculos. “Não tem nem o que discutir, é a maior política pública de reparação histórica deste país. Tem que continuar. Não abro mão”, disse ao participar de um congresso promovido por institutos filantrópicos e empresas que patrocinam esse setor na capital paulista.

Além das cotas, a ministra disse que pretende expandir o leque de ações afirmativas para diversas áreas. “A gente pensa um plano de ações afirmativas muito maior, onde a gente possa garantir acesso à cultura. Onde a gente possa garantir que a gente debata esse extermínio, o genocídio da população preta”, acrescentou.

Anielle comentou ainda as dificuldades para implementar a política que instituiu que 30% dos cargos de confiança do governo federal devem ser preenchidos por pessoas negras.

“Quando nós fomos propor o decreto dos 30%, nós ouvimos de tudo que vocês podem imaginar – de que não seria possível, de que não era a melhor ideia. Ouvimos de tudo, tanto de estudiosos, quanto de pessoas que não trabalham no governo, mas que estão ali sempre, dando opiniões”, contou.

Porém, a ministra disse que conseguiu garantir a medida ao sensibilizar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quando eu sentei para apresentar o decreto para o presidente Lula, eu falei pra ele: ‘presidente, a gente não tem gasto orçamentário [com essa medida], mas o ganho político para o governo e para o senhor é inenarrável, imensurável’”, disse sobre o decreto que foi publicado no último dia 21 de março.

A ação vai ajudar, segundo a ministra, a mostrar que existem pessoas negras capazes de ocupar qualquer posição no país. “Para comprovar que nós estamos muito capacitados – para não ter aquela história que não conseguimos contratar pessoas negras – em todas as áreas e lugares”, enfatizou.

O objetivo é, segundo a ministra, que as pessoas negras ocupem cada vez mais os espaços de poder e cheguem, no futuro, até as posições mais importantes. “Perpassa também por um sonho que a Mari [vereadora Marielle Franco, irmã da ministra assassinada] tinha, que eu sigo falando, que é a gente conseguir eleger uma vice-presidenta ou vice-presidente ou presidenta ou presidente negro neste país.”

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter