Ciência

Covid-19: Cientistas do Reino Unido criam vírus 'mutante' considerado de alto risco

Dois híbridos foram criados em laboratório, juntando a cepa original do coronavírus com a Ômicron ou a Delta. Experimento semelhante foi realizado nos Estados Unidos

Covid-19Covid-19 - Foto: NIAID

Cientistas britânicos do Imperial College London criaram intencionalmente cepas híbridas de Covid-19 e infectaram ratos com a mistura do coronavírus original de Wuhan e partes de Ômicron ou Delta. O experimento foi considerado arriscado e críticos chamaram o que os pesquisadores fizeram de “insanidade” e alertaram que os testes de laboratório poderiam, em teoria, desencadear uma nova ameaça viral. Vinte cientistas estiveram envolvidos no projeto, revelou o portal britânico de notícias Daily Mail Online.

Mas a universidade garante que o estudo seguiu os regulamentos britânicos e foi totalmente seguro.

Experimentos semelhantes ocorreram nos Estados Unidos, onde as autoridades propuseram uma repressão à pesquisa de manipulação de vírus. Pesquisadores da Universidade de Boston combinaram diferentes partes de Ômicron e as cepas originais de Wuhan.

No Reino Unido, pesquisados do Imperial College London criaram dois tipos de vírus híbrido. No primeiro, fizeram com que a cepa original de Wuhan recebesse a proteína spike da Ômicron, uma pequena estrutura na superfície do vírus usada para infectar células humanas. No segundo, a cepa de Wuhan recebey a proteína spike da variante Delta, que as análises sugeriram ser ainda mais mortal do que o tipo original de Covid-19.

Cada variante do coronavírus (Sars-CoV-2), o vírus por trás do Covid, carrega mutações em sua proteína spike, e é por isso que alguns se provam mais evasivos ao sistema imunológico do que outros. Isso se deve, em parte, ao fato de o lote original de vacinas ter sido projetado para atingir especificamente a proteína spike da cepa Wuhan, em oposição às cepas que surgiram mais tarde na pandemia.

Depois de infectar os hamsters, os cientistas os monitoraram quanto à perda de peso – um sinal de que eles estavam ficando mais fracos. Isso permitiu que eles vissem se certos atributos de cada cepa, como a gravidade da Delta ou a infecciosidade da Ômicron, estavam ligados às suas proteínas spike ou a outros elementos de sua composição genética. Os resultados foram comparados com roedores infectados com cepas não modificadas.

Testes utilizando cotonetes nasais também foram feitos regularmente para medir as cargas virais dos hamsters. Nos 10 dias seguintes, os hamsters que hospedavam os vírus híbridos emagreceram ou não ganharam tanto peso e tiveram cargas virais mais altas do que os infectados com suas versões regulares.

No estudo, ainda não revisado por pares, não foi detalhado se os hamsters sobreviveram ou foram sacrificados após o término do projeto. Questionado, o Imperial College London recusou-se a fornecer esta informação ao Daily Mail Online.

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