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SAÚDE

Covid-19: farmácias já encomendaram mais de 5,6 milhões de autotestes no país

A Anvisa liberou a venda de autotestes em 28 de janeiro. O primeiro registro do produto, necessário para que ele seja disponibilizado para venda, veio em 17 de fevereiro

Autoteste de Covid-19Autoteste de Covid-19 - Foto: Divulgação / Eco Diagnostica Ltda

Redes de farmácias e drogarias já encomendaram ao menos 5,65 milhões de autotestes de Covid-19 às distribuidoras no Brasil nas últimas três semanas. Mais 500 mil estão em negociação. É o que mostra levantamento do Globo junto às cinco empresas que obtiveram registro de sete produtos do tipo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Uma delas encomendou 20 milhões de exames caseiros à fabricante na China, mas não informou a quantidade já contratada.

A Anvisa liberou a venda de autotestes em 28 de janeiro. O primeiro registro do produto, necessário para que ele seja disponibilizado para venda, veio em 17 de fevereiro e os exames caseiros começaram a chegar às farmácias no início deste mês. As entregas têm ocorrido de forma escalonada diante da alta demanda. Novas remessas devem estar nas prateleiras nas próximas semanas.

Os valores consultados pelo Globo junto às distribuidoras oscilam de R$ 39,90 a R$ 69,90. Têm custo mais barato que exames de antígeno realizados em farmácias, que ficam em torno de R$ 110, mas ainda distantes da realidade de outros países: há distribuição gratuita em locais como Reino Unido e inclusão na rede pública de saúde na Austrália e no Canadá.
 

Ao todo, sete autotestes, comercializados por cinco empresas ganharam a chancela da agência reguladora até ontem. Mais três resultados, com aval ou não, devem ser publicados no Diário Oficial da União (DOU) nos próximos dias.

Houve 85 pedidos de registro de autotestes de Covid-19, dos quais 21 foram negados, três estão em análise e 31 foram encaminhados para avaliação da área técnica, segundo dados da Anvisa. O restante está em outras fases de análise.

De acordo com a agência, os requisitos são segurança, desempenho e atendimento a critérios como usabilidade — quesito importante pois especialistas consideram que recomendações de uso simples ajudam o público leigo a fazer o teste em casa. O resultado deve ficar pronto em 15 minutos.

Nem todos os modelos autorizados, porém, já estão disponíveis para venda. É o caso do exame caseiro de saliva distribuído pela Eco Diagnóstica. À reportagem, a empresa justificou que faltam insumos para produção.

Especialistas apontam que o autoteste será uma ferramenta importante do ponto de vista do cuidado pessoal, mas não como uma política de enfrentamento da pandemia sob a ótica do controle coletivo.

— Os autotestes vão ajudar individualmente. Mas o problema maior é o acesso para a maior parte da população, que não tem recurso para comprar esses testes. Então, funciona individualmente, mas não como política coletiva de saúde pública — aponta o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo.

O GLOBO entrou em contato com as cinco distribuidoras e obteve respostas da Biosul, da Eco Diagnóstica e da Kovalent. Juntas, respondem por cinco dos sete produtos autorizados pela Anvisa. Já CPMH – Produtos Médicos Hospitalares e Alexdan não responderam aos questionamentos.

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