Covid-19: França já tem mais internados agora do que na primeira onda
Nos últimos dias, é registrada uma internação a cada 30 segundos e uma admissão à terapia intensiva a cada três minutos
As internações recentes em decorrência de infecção pelo novo coronavírus na França já excedem as da primeira onda da pandemia. São mais de 32 mil pacientes atualmente em hospitais, segundo anunciou o primeiro-ministro francês, Jean Castex, nesta quinta-feira (12).
"Nos últimos dias, registramos uma hospitalização a cada 30 segundos e uma admissão à terapia intensiva a cada três minutos", disse o primeiro-ministro francês em entrevista coletiva. No total, 4.803 pessoas estão atualmente em terapia intensiva em toda a França, o que corresponde a 95% das capacidades totais.
Diante desta situação de saúde, "seria irresponsável suspender ou mesmo flexibilizar o dispositivo de confinamento", disse Jean Castex, que enfrenta a indignação de comerciantes. Esses exigem um relaxamento das medidas em vigor.
O presidente francês, Emmanuel Macron, decretou um novo confinamento a nível nacional no dia 30 de outubro, o que obriga o fechamento de negócios considerados não essenciais.
Atualmente, os franceses só podem sair de casa para trabalhar, quando não for possível fazer isso de casa, ir a uma consulta médica, ajudar um parente, fazer compras essenciais ou sair rapidamente para fazer exercícios ou dar um passeio perto de casa.
Segundo Jean Castex, o fechamento de todas as lojas não essenciais (livrarias, lojas de roupa, floriculturas, cabeleireiros, etc) e a diminuição do número de viagens devido ao aumento do teletrabalho fez o número de contaminações cair em 16% nesta semana. Mas o primeiro-ministro pediu "prudência" porque "essa tendência é recente e frágil".
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Um "relaxamento" do confinamento poderia ser cogitado no dia 1º de dezembro, caso se confirme uma queda na curva de contágio, disse o primeiro-ministro, mas não cogitou que bares, restaurantes ou academias reabram nessa data. A França acumula 42 mil mortes em decorrência da Covid-19 desde o início da epidemia, em março.