SAÚDE

Covid-19: infecção durante gestação pode causar problemas cerebrais em bebês, aponta estudo

Pesquisa analisou dois casos em que o vírus foi transmitido através da placenta; ambos tiveram convulsões, desenvolveram microcefalia e um deles faleceu

Mulher grávidaMulher grávida - Foto: Pixabay

Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, mostrou que a contaminação de mulheres pelo coronavírus durante a gestação pode ter causado problemas no desenvolvimento cerebral dos bebês.

Os pesquisadores estudaram dois casos apontados como evidência de transmissão do coronavírus através da placenta — o relato é o primeiro a comprovar os riscos do contágio ainda durante a gestação.

Os bebês não testaram positivos para o Sars-CoV-2, mas tinham níveis altos de anticorpos do patógeno. Além disso, o vírus foi encontrado na placenta das duas participantes. Embora seja raro, os dois bebês sofreram consequências graves em seu desenvolvimento cerebral desde que nasceram.

Os dois, por exemplo, tiveram suas primeiras convulsões no primeiro dia de vida e nos meses seguintes desenvolveram microcefalia. Um dos bebês morreu pouco tempo depois de completar um ano de vida e a outra criança passa periodicamente por internações devido às suas condições neurológicas.

O bebê que faleceu passou por uma autópsia que revelou a presença do vírus da Covid-19 em seu cérebro, mesmo um ano após o seu nascimento. Os médicos que lideraram o estudo afirmaram que, a presença indetectável em exames regulares, foi a principal causa da morte da criança.
 

Nenhuma das duas crianças ou o nome das duas mães foram divulgados. Segundo o estudo, as progenitoras foram contaminadas pelo vírus ainda nas primeiras ondas em meados de 2020 e não haviam sido vacinadas ainda. Uma delas teve um quadro leve, enquanto a outra ficou tão doente que os médicos acharam melhor adiar seu parto para as 32 semanas de gestação.

No estudo não foi revelado qual delas é a mãe do bebê que veio a óbito.

Como se refere a pacientes que ficaram doentes antes da disponibilidade de vacina, o estudo não pode determinar se as mães que se contaminaram depois de serem imunizadas poderiam enfrentar consequências semelhantes.

Os médicos que participaram do estudo recomendaram que todas as mães gestantes que foram contaminadas com o vírus procurem um pediatra para examinar a saúde do feto e do bebê, bem como observar possíveis atrasos no desenvolvimento dos pequenos.

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