Covid-19: Microplástico suspenso no ar pode favorecer disseminação da doença, aponta estudo da USP
Processo de atração entre a partícula e o vírus ajuda o patógeno a entrar no corpo humano
Uma quantidade elevada de microplástico no ar pode facilitar a disseminação da Covid-19. É o que aponta um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) publicado na revista científica Environmental Pollution. Os cientistas coletaram amostras de ar nos arredores do Hospital das Clínicas (HC) da USP no início de 2022 e observaram que os filtros com mais quantidade de microplástico também apresentavam uma carga maior de partículas genômicas de coronavírus. Os resultados da pesquisa sugerem que o vírus pode se ligar ao microplástico suspenso no ar, o que facilitaria sua entrada no corpo humano.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores colocaram filtros para captar a poluição do ar em três locais próximos ao hospital. Ao analisar as amostras, quantificaram as partículas de RNA viral e de poluição suspensas no ar.
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“Sabemos que o plástico é um carreador de patógenos e isso não é diferente no caso do Sars-CoV-2. Esse material particulado em suspensão atrai ou é atraído pelo vírus e eles podem permanecer ‘grudados’. Nosso estudo não demonstrou molecularmente essa aproximação, mas provamos que existe uma correlação matemática: onde tinha mais microplástico, tinha mais vírus”, disse Thais Mauad, professora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina (FM-USP) e coordenadora da pesquisa, ao Jornal da Usp.