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CORONAVÍRUS

Covid: nova variante XEC é identificada em três estados do Brasil; quais os sintomas?

Cepa, classificada pela OMS como uma variante sob monitoramento, foi identificada no Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina

Covid: nova variante XEC é identificada em três estados do Brasil; quais os sintomas?Covid: nova variante XEC é identificada em três estados do Brasil; quais os sintomas? - Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz

Uma nova linhagem da Covid-19 que vem se espalhando pelo mudo foi detectada no Brasil. A linhagem chamada de XEC, que pertence à variante Omicron, foi identificada no Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. O primeiro achado foi realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras referentes a dois pacientes residentes na capital fluminense, diagnosticados com Covid-19 em setembro.

Segundo especialistas, a XEC emergiu da recombinação genética entre cepas que já estavam em circulação. Esse evento acontece quando uma pessoa é simultaneamente infectada por duas linhagens diferentes de vírus.

Nesse caso, pode haver combinação dos genomas dos dois agentes infecciosos durante a replicação viral. O genoma da XEC, que contém segmentos dos genomas das linhagens KS.1.1 e KP.3.3, tem ainda mutações extras que podem facilitar sua propagação, conforme relatado pela Fiocruz.

A XEC foi classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma variante sob monitoramento em setembro deste ano. Isso ocorre quando uma linhagem apresenta mutações no genoma que são suspeitas de afetar o comportamento do vírus e observam-se os primeiros sinais de “vantagem de crescimento” em relação a outras variantes em circulação.

“Um motivo para a preocupação é que o XEC se moveu rápido o suficiente para ultrapassar o crescimento de todas as outras variantes do SARS-CoV-2 em algumas áreas da Europa. A taxa de infecções por XEC que eles estão vendo em alguns países aumentou muito rapidamente em comparação com variantes anteriores nesses mesmos lugares”, explica Scott Roberts, especialista em doenças infecciosas da Yale Medicine.

Ela começou a chamar atenção entre junho e julho, devido ao aumento de detecções na Alemanha. Rapidamente, se espalhou pela Europa, Américas, Ásia e Oceania. Pelo menos 35 países identificaram a cepa, que soma mais de 2,4 mil sequências genéticas depositadas na plataforma Gisaid até o dia 10 de outubro desse ano.

“Em outros países, essa variante tem apresentado sinais de maior transmissibilidade, aumentando a circulação do vírus. É importante observar o que vai acontecer no Brasil. O impacto da chegada dessa variante pode não ser o mesmo aqui porque a memória imunológica da população é diferente em cada país, devido às linhagens que já circularam no passado”, afirma a virologista Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC.

Sintomas
Após seu grande crescimento no exterior, principalmente na Alemanha, os cientistas acreditam que a nova cepa pode ser mais transmissível do que outras linhagens, porém, eles pediram que a população não se alarmasse e que ainda seriam necessários mais estudos para avaliar seu comportamento no Brasil e no mundo.

Quanto aos sintomas, a XEC continua trazendo os mesmos das cepas anteriores da Covid-19 semelhantes aos de uma gripe:

febre

dores pelo corpo

cansaço

tosse

dor de garganta

Dados atuais da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e do Infogripe, da Fiocruz, não indicam alta nos casos de Covid-19 na cidade. A virologista alerta para o enfraquecimento da vigilância genômica do SARS-CoV-2 no Brasil e reforça a necessidade de manter o monitoramento em todo o território nacional.

“Atualmente, estamos sem dados genômicos de diversos estados porque não tem ocorrido coleta e envio de amostras para sequenciamento genético. É muito importante que esse monitoramento seja mantido de forma homogênea no país para acompanhar o impacto da chegada da variante XEC e detectar outras variantes que podem alterar o cenário da Covid-19", ressalta Resende.

As vacinas atuais protegem contra a nova cepa?
É impossível garantir uma correspondência de 100% entre uma vacina e uma variante circulante quando um vírus está em constante mutação, entretanto a virologista Paola Resende reforça que os dados sobre os genomas do Sars-CoV-2 em circulação são relevantes para ajustar a composição das vacinas da Covid-19.

O especialista em doenças infecciosas da Yale, afirma que a XEC é composta de duas subvariantes Ômicron, ou seja, que deveriam ser abordadas pelas vacinas atualizadas.

“Deste ponto de vista, embora esta nova variante possa diminuir um pouco a imunidade que as vacinas fornecem, estou otimista de que ainda teremos algum grau de proteção contra infecções recentes e vacinas atualizadas”, afirma Roberts.

O especialista afirma que o melhor jeito de se prevenir da nova cepa é tomando as vacinas atualizadas que estão disponíveis para cada população em seus respectivos países.
 

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