Covid: perda de olfato e paladar são sinais de boa reação do sistema imunológico, diz novo estudo
Segundo pesquisadores, há uma ligação entre a presença dos sintomas e uma resposta imunológica mais duradoura
Um dos sintomas mais característicos da Covid-19 no início da pandemia foram a perda de olfato e paladar – que em diversos casos persistiu até mesmo após a infecção ter passado. Embora as manifestações tenham se tornado mais incomum com a chegada da variante ômicron, no fim de 2021, ainda ajudam cientistas a desvendarem os muitos mecanismos do novo coronavírus no corpo humano.
Em um novo trabalho, pesquisadores encontraram uma ligação entre a presença dos sintomas e uma resposta imunológica mais duradoura de anticorpos contra o vírus.
Os achados foram publicados na revista científica PLOS ONE por cientistas da Universidade de Columbia e da Universidade da Pensilvânia, ambas nos Estados Unidos. Para avaliar essa relação, foram analisados os plasmas de 306 adultos que foram infectados pelo Sars-CoV-2, vírus da Covid-19, entre abril e junho de 2020.
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Os pesquisadores coletaram ainda dados sobre confirmação do diagnóstico por meio de um teste PCR, sintomas clínicos dos pacientes e outras informações do tratamento. Em seguida, analisaram o plasma para avaliar as taxas de anticorpos IgG (imunoglobulina G) contra o coronavírus induzidos pela contaminação.
Eles observaram que, dos 306 voluntários, 196 relataram perda de olfato (anosmia), e 195, perda de paladar – cerca de 64% do total para ambos os sintomas – durante as duas primeiras semanas infectados com a doença. Comparando os números com a produção de anticorpos, o estudo constatou que aqueles que tiveram os problemas apresentaram uma produção cerca de duas vezes maior das defesas.
Esse total foi 1,98 vezes maior em relação aos que tiveram perda de olfato, e 2,02 vezes para os que relataram perda de paladar. Os resultados levaram os pesquisadores a escreverem que a presença dos sinais é “altamente preditiva da resposta sorológica após a infecção por Sars-CoV-2”. Eles acreditam que os achados são importantes para a compreensão da doença e o seu combate.
“No geral, examinar os fatores associados a uma resposta sorológica ao Sars-CoV-2 é um passo importante para entender a fisiopatologia dessa doença, identificar mecanismos de imunidade natural e desenvolver vacinas direcionadas e estratégias globais de vacinação”, escreveram os autores.