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Conflito no Oriente Médio

Cresce risco de escalada regional por conflito entre Israel e Hamas

Confrontos estão aumentando entre o Hezbollah pró-iraniano e o Exército israelense na fronteira com o Líbano

Ataque israelense a Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 15 de outubro de 2023Ataque israelense a Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 15 de outubro de 2023 - Foto: AID KHATIB/AFP

Os temores de uma escalada regional do conflito entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas aumentaram neste domingo (15): Teerã advertiu que "ninguém" poderia "garantir o controle da situação" em caso de uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, enquanto os Estados Unidos expressaram preocupação com um possível "envolvimento direto" do Irã.

Durante sua visita ao Catar neste domingo, o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Husein Amir-Abdollahian, alertou sobre uma possível "expansão do conflito".

"Se os ataques do regime sionista contra a população indefesa de Gaza continuarem, ninguém pode garantir o controle da situação", afirmou o chanceler iraniano em uma entrevista ao canal catariano Al-Jazeera.

Existe "o risco de uma escalada deste conflito, da abertura de uma segunda frente no norte e, claro, do envolvimento do Irã", enfatizou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em entrevista à rede CBS neste domingo.

"É um risco, e é um risco do qual somos conscientes desde o início do conflito", acrescentou o assessor do presidente Joe Biden.

Por sua vez, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, destacou que não se queria "ver outro grupo terrorista como o Hezbollah se expandindo e abrindo novas frentes".

Já a assessora especial da ONU para a prevenção de genocídios, Alice Wairimu Nderitu, mencionou em um comunicado neste domingo o "risco muito sério de uma escalada militar na região".

Durante uma conversa por telefone, o presidente francês, Emmanuel Macron, "advertiu" seu contraparte iraniano, Ebrahim Raïssi, "contra qualquer escalada ou extensão do conflito", especialmente no Líbano, anunciaram porta-vozes do governo.

- Aumenta a tensão -
Os confrontos mortais estão aumentando entre o Hezbollah pró-iraniano e o Exército israelense na fronteira com o Líbano.

"Um nível a mais na escalada. Um pequeno grau, mas nesse tipo de situação, os pequenos detalhes têm uma enorme importância", alertou Heiko Wimmen, especialista do International Crisis Group (ICG), na rede social X, antigo Twitter, sobre um ataque do Hezbollah contra terras israelenses e o aumento da tensão regional.

Desde o início da guerra desencadeada após o ataque sem precedentes do Hamas em Israel, em 7 de outubro, os confrontos na fronteira deixaram uma dezena de mortos do lado libanês, principalmente combatentes, mas também um jornalista da Reuters e dois civis. Do lado israelense, pelo menos duas pessoas morreram.

Em um comunicado neste domingo à tarde, o Hezbollah reivindicou um novo ataque no norte de Israel, na área de Hanita, afirmando ter "matado e ferido vários soldados inimigos" e destruído dois tanques Merkava e outro veículo militar.

Além disso, o Hamas, que também tem combatentes no Líbano, anunciou que havia disparado vários foguetes em direção ao norte de Israel.

Caças israelenses atacam posições do Hezbollah no Líbano, e ocorrem trocas de tiros na fronteira, de acordo com porta-vozes militares hebreus.

Jake Sullivan destacou, por isso, que não se pode descartar "um envolvimento direto" do Irã no conflito.

"É por isso que o presidente agiu tão rapidamente e de forma decisiva para movimentar um porta-aviões para o Mediterrâneo Oriental, para ter aviões no Golfo, porque enviou uma mensagem muito clara a qualquer Estado ou entidade que tentasse aproveitar esta situação", declarou também o assessor de segurança nacional da Casa Branca.

O ministro da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, anunciou no sábado que os Estados Unidos enviaram um segundo porta-aviões ao Mediterrâneo Oriental, com o objetivo de "dissuadir ações hostis contra Israel ou qualquer tentativa de estender esta guerra".

- "Cúmplice" -
Autoridades israelenses indicaram que mais de 1.400 pessoas morreram em Israel durante o ataque do Hamas, a maioria civis, incluindo crianças, e mais de 155 israelenses foram feitos reféns.

Em Gaza, a resposta israelense matou mais de 2.670 pessoas e feriu mais de 9.600, de acordo com autoridades locais.

Israel também afirmou ter encontrado os corpos de 1.500 combatentes do Hamas na fronteira com a Faixa de Gaza e arredores.

"O Irã não pode ficar de braços cruzados" diante da situação em Gaza, insistiu o ministro das Relações Exteriores iraniano à Al-Jazeera, afirmando que os Estados Unidos também seriam afetados em caso de uma conflagração na região.

A República Islâmica apoia financeira e militarmente o Hamas, mas rejeita as acusações de sua participação no ataque de 7 de outubro.

No entanto, para John Kirby, "o Irã é em grande parte cúmplice". Entrevistado no domingo na NBC, o influente senador republicano Lindsey Graham lançou um aviso a Teerã.

"Se eles procurarem inflamar esta guerra, nos encontrarão", sentenciou.

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