Crianças e jovens autistas apresentam espetáculo de Natal inclusivo no Compaz Miguel Arraes
Os artistas fazem parte do Instituto Dimitri Andrade e participam da encenação do livro "Zuri, o rinoceronte sem chifre", de autoria da psicóloga Frínea Andrade.
Na tarde dessa segunda-feira (18), crianças, adolescentes e adultos autistas atendidos pelo Instituto Dimitri Andrade apresentaram um espetáculo natalino no teatro do Compaz Miguel Arraes, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife. Em uma encenação inclusiva, 19 pessoas neurodivergentes e três típicas emocionaram o público ao interpretarem o nredo do livro “Zuri, o rinoceronte sem chifre”, de autoria da psicóloga, diretora e fundadora do Instituto, Frínea Andrade.
A obra aborda, de forma simbólica através de figuras de animais, os preconceitos da sociedade com relação às diferenças. O objetivo final da apresentação é transmitir uma mensagem sobre a importância da rede de apoio, de amizades verdadeiras que aceitam e acolhem as diferenças e da esperança em um mundo mais inclusivo.
“Produzir mais uma edição desta cantata foi uma realização muito grande, pois tudo que buscamos é a inclusão. Fizemos um lindo espetáculo adaptado às singularidades de cada um e nossos pacientes mostraram que são capazes, se a sociedade estiver disposta a respeitar as diferenças de cada um. Estamos disponíveis para levar essa apresentação para onde nos convidarem, mostrando que ser diferente é normal”, disse Frínea Andrade, que também é mãe de adolescente com autismo.
Leia também
• Entrega de 600 apartamentos do Encanta Moça vai tirar famílias de locais vulneráveis
• Chuvas: com mais de 34 mm em 24 horas, Recife entra em estágio de atenção
• Apac emite alerta de chuva para quatro regiões de Pernambuco; aviso vale até quarta-feira (20)
Na história, o rinoceronte Zuri vem para o Nordeste com sua família, onde encontra os animais da fauna. Por estar fora dos “padrões”, já que é um rinoceronte, espécie não existente no Brasil e, ainda por cima, sem chifre, ele faz novas amizades e passa a conhecer cinco estados da região, finalizando sua jornada em Pernambuco.
Durante o espetáculo, além de interpretar a história do conto, com apresentação de personagens como o tatu-bola, arara azul, iguana, gato do mato, galo de campina, entre outros, os artistas autistas dançaram músicas representativas do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, estados que Zuri conheceu durante a sua jornada no Nordeste até chegar em Pernambuco. Entre as músicas interpretadas, estão "Bumba meu Boi", "Eu sou feliz no Piauí", "No Ceará não tem disso não", "Jogo de cintura", "Madeira do Rosarinho" e o "Hino do Galo".
A apresentação foi encerrada com um coro formado pelo elenco e toda a equipe do Instituto Dimitri Andrade. Juntos, eles cantaram a música “Eu quero apenas”, de Roberto Carlos. O momento gerou muita emoção no público presente, que cantou junto ao coral.