Criptomoedas: megaoperação desmonta grupo que usava moedas para lavar dinheiro na Costa Rica
Rede lavava dinheiro de propriedades roubadas por meio da compra de criptomoedas
Trinta e seis pessoas foram presas em uma megaoperação policial nesta terça-feira (25) na Costa Rica, entre elas juízes, advogados e dois chefes espanhóis de um grupo especializado em roubo de propriedades e lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas, anunciou o diretor do Órgão de Investigação Judicial (OIJ), Randall Zúñiga.
Trata-se de "uma organização criminosa bastante consolidada", suspeita de "roubar propriedades de pessoas no país e legitimá-las a terceiros", informou Zúñiga, em entrevista coletiva.
Segundo a investigação, que começou há mais de dois anos, a rede lavava dinheiro de propriedades roubadas por meio da compra de criptomoedas. "Em uma única transação, foram movimentados US$ 13 milhões [R$ 70,5 milhões] em bitcoins", comentou Zúñiga.
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O grupo usava os serviços de especialistas em criptomoedas, e seus líderes eram dois cidadãos espanhóis, de 41 e 42 anos, sem status migratório regular na Costa Rica.
Durante a operação, que envolveu cerca de 500 agentes do OIJ, foram realizadas 47 incursões em todo o país, que resultaram na prisão de 36 indivíduos. Segundo Zúñiga, todos foram acusados de "fraude registral, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Foram presos advogados, notários e funcionários públicos, incluindo cinco agentes de trânsito".
O grupo tinha como "atividade paralela" linhas de transporte público com ônibus privados, e usava os agentes de trânsito para multar os concorrentes e "poder tirá-los de circulação", explicou o diretor.
Segundo o OIJ, 100 propriedades foram roubadas, embora um dos detidos fale em até 300.