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Venezuela

Crise na Venezuela deve ser resolvida pelos venezuelanos, diz Amorim

Chefe da assessoria internacional de Lula participa de audiência na Câmara

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso AmorimO assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim - Foto: Senado Federal - CRE - Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, afirmou, nesta terça-feira, que o governo brasileiro considera que a crise na Venezuela deve ser solucionada pelos venezuelanos. Disse que o Brasil quer manter as relações tanto com o governo como com a oposição do país, e que continua à disposição para contribuir para uma solução.

— Acompanhamos de perto, mas a solução precisa ser construída pelos venezuelanos. O Brasil está aberto a contribuir, caso exista disposição dos dois lados — disse Amorim, acrescentando que é preciso "preservar a capacidade de diálogo com os dois lados".

O assessor especial e ex-chanceler do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que o governo está atento, uma vez que a fronteira do Brasil com a Venezuela tem cerca de 2 mil quilômetros. Além disso, chegaram ao território brasileiro, nos últimos anos, algo em torno de 600 mil venezuelanos.

Em 28 de julho deste ano, sem apresentar provas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proclamou Nicolás Maduro como vencedor da eleição, o que lhe garantiria mais um mandato. A oposição protestou e afirmou que o vitorioso era o diplomata Edmundo González Urrutia, que foi para o asilo na Espanha, para não ser preso.

Enquanto Brasil, Colômbia e México exigiam a apresentação das atas eleitorais, para que ficasse comprovado quem realmente venceu o pleito, Argentina, Chile, Peru e outros países da região se negaram a dialogar com Maduro e, por isso, tiveram seus diplomatas expulsos da Venezuela. O Brasil assumiu a custódia das embaixadas argentina e peruana em Caracas.

As relações entre Brasil e Venezuela azedaram, com a revogação unilateral da tutela da Embaixada da Argentina por Maduro. Estão no prédio seis opositores ao regime chavista, que também estavam sob a guarda do governo brasileiro.

Outros episódios contribuíram para o agravamento da crise entre os dois países. O mais recente, ocorrido na semana passada, foi o veto do governo Lula ao ingresso da Venezuela no Brics.

Nesta segunda-feira, Maduro afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria se pronunciar sobre o veto. Em seu programa semanal na TV pública, o líder venezuelano evitou responsabilizar Lula diretamente. Preferiu mirar no Itamaraty.

-- O Itamaraty tem sido um poder dentro do poder no Brasil há muitos anos. Sempre conspirou contra a Venezuela. É uma chancelaria muito ligada ao Departamento de Estado americano, desde a época do golpe de Estado contra João Goulart -- disse Maduro.

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