Equador

Crise no Equador exige medidas para além da repressão, diz ex-presidente Correa

Governo de Daniel Noboa declarou na terça-feira estado de "conflito armado interno" e mobilizou as Forças Armadas

Equador vive onda de violênciaEquador vive onda de violência - Foto: Stringer/AFP

A crise de segurança que assola o Equador exige ação armada urgente, mas exigirá também medidas complementares de longo prazo, em matéria de economia e inteligência, disse nesta sexta-feira (12) à AFP o ex-presidente equatoriano Rafael Correa.

“A ação da força pública é necessária nesses momentos, diante da urgência. Mas obviamente não será suficiente”, afirmou Correa, que sugere “medidas permanentes de repressão econômica”.

Na visão de Correa, a existência de uma economia dolarizada no Equador é “um incentivo” para os grupos armados irregulares que desafiaram o Estado.

“Uma economia dolarizada é um incentivo. É mais fácil lavar dinheiro e por isso é preciso ter muito mais controle e ser muito mais cuidadoso”, comentou.

A solução da crise, disse ele, passará também por melhorias em termos de inteligência sobre as facções de tráfego e coordenação com países vizinhos.

O governo de Daniel Noboa declarou na terça-feira estado de “conflito armado interno” e mobilizou as Forças Armadas para enfrentar grupos de criminosos que há vários dias semeiam pânico nas principais cidades do país.

Correa expressou esta semana seu “apoio irrestrito” ao governo de Noboa, seu adversário político, e formulou um chamado à união nacional em defesa de um Estado encurralado por grupos aliados aos narcotraficantes.

“Declararam guerra ao Estado e o Estado deve vencer. Todos devemos trabalhar duro para que prevaleça o Estado, para que prevaleça o país”, afirmou nesta sexta.

No entanto, a expressão de apoio e o apelo à unidade foram recebidos friamente pelo governo, nomeado Correa. “Não acredito que [Noboa] se dê conta do que estamos enfrentando”, avaliou.

Mais de 20 facções, com cerca de 20 mil membros, espalharam o terror no país pelo desde domingo, em retaliação pelas duras políticas do governo para combatê-los.

Desde então, as rebeliões nas prisões não cessam, 178 funcionários de centros prisionais seguem como referências e nas ruas, de tempos em tempos, colocam explosivos, queimam veículos e fazem disparos.

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