EUA

Cronologia do caso dos documentos confidenciais no poder de Biden

Primeiros documentos secretos apareceram em novembro, em um antigo escritório de Biden em Washington

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden  - Foto: Mandel Ngan/AFP

A descoberta de documentos classificados indevidamente guardados colocou o presidente americano Joe Biden em apuros e ameaça ofuscar seu esperado anúncio de que tentará a reeleição em 2024.

Os primeiros documentos secretos apareceram em novembro, em um antigo escritório de Biden em Washington e em sua residência familiar na cidade de Wilmington, Delaware (leste), mas foi somente em janeiro que a Casa Branca admitiu publicamente essas descobertas.

Confira a seguir a cronologia do caso:

- 2 de novembro de 2022 -
Ao esvaziar um escritório que Biden usou ocasionalmente entre 2017, após o término de seu mandato como vice-presidente de Barack Obama (2009-2017), e o lançamento de sua campanha eleitoral de 2020, os advogados pessoais do presidente encontram "uma pequena quantidade de documentos" marcados como sigilosos em um armário fechado.

No dia seguinte, os documentos são entregues aos Arquivos Nacionais, como todos os presidentes e vice-presidentes devem fazer ao deixar o cargo.

A Casa Branca não faz nenhum anúncio público da descoberta, que ocorreu uma semana antes das eleições de meio de mandato - conhecidas como 'midterms' - e no momento em que seu antecessor, o republicano Donald Trump, era investigado pelo manuseio incorreto de centenas de arquivos sigilosos.

- 9 de novembro de 2022 -
O Departamento de Justiça começa a investigar o manuseio de documentos classificados por parte de Biden.

- 20 de dezembro de 2022 -
Os advogados pessoais de Biden encontram mais documentos na garagem da residência familiar do presidente em Wilmington, onde o presidente costuma passar os fins de semana. Os advogados notificam o Departamento de Justiça e entregam os documentos.

A Casa Branca continua sem informar publicamente nenhum desses achados.

- 9 de janeiro de 2023 -
A Casa Branca confirma, pela primeira vez, em resposta a reportagens dos meios de comunicação, que documentos secretos foram encontrados em um antigo escritório de Biden em Washington, mas não menciona os descobertos em sua casa em Wilmington.

- 10 de janeiro de 2023 -
Em uma coletiva de imprensa no México durante uma visita oficial, Biden se diz "surpreso" ao saber da descoberta de documentos sigilosos e garante que desconhece o seu conteúdo.

- 12 de janeiro de 2023 -
A Casa Branca confirma que se deparou com uma "pequena quantidade" de documentos sigilosos em áreas de armazenamento e na biblioteca da casa de Biden em Wilmington.

Diante da polêmica suscitada nas fileiras da oposição republicana, o procurador-geral e secretário de Justiça dos Estados Unidos, Merrick Garland, nomeia Robert Hur como procurador especial para investigar o caso.

A porta-voz de Biden, Karine Jean-Pierre, declara aos jornalistas que as buscas na casa do presidente em Wilmington haviam sido encerradas na noite anterior, em 11 de janeiro.

- 14 de janeiro de 2023 -
Em uma nova reviravolta, a Casa Branca diz que, um dia antes, em 13 de janeiro, um advogado encontrou cinco páginas adicionais de material classificado na casa de Biden em Wilmington.

Àquela altura, o número total de documentos encontrados na residência de Wilmington e em seu antigo escritório em Washington não estava claro, e a Casa Branca se refere aos papéis de forma variável, como documentos, páginas ou "itens". Tampouco são divulgados detalhes sobre o nível de confidencialidade.

- 19 de janeiro de 2023 -
Durante uma visita à Califórnia, Biden minimiza o furor desencadeado pela aparição dos documentos. Declara aos jornalistas que "não há nada ali" e que não se arrepende. "Estamos cooperando plenamente, esperando que isto se resolva rapidamente", afirma.

- 21 de janeiro de 2023 -
O advogado pessoal do presidente, Bob Bauer, anuncia que foram encontrados mais seis documentos classificados como sigilosos na residência de Biden em Wilmington.

Ao contrário das descobertas anteriores, as buscas foram feitas por representantes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a pedido do presidente, segundo os seus advogados. A diligência, realizada em 20 de janeiro, durou das 9h45 da manhã até as 22h30 da noite, e buscas foram feitas em todos os cômodos da casa.

Além disso, há outra diferença: desta vez, os documentos encontrados não datam somente de quando Biden era vice-presidente, mas também de seus anos como senador, cargo que ocupou por três décadas.

- 1º de fevereiro de 2023 -
O advogado pessoal de Biden anuncia que o FBI - a polícia federal investigativa dos Estados Unidos - realizou uma diligência na casa de praia de Biden em Rehoboth Beach, Delaware, sem "aviso público prévio" e "com pleno apoio e cooperação do presidente", mas não encontrou nenhum documento classificado como sigiloso.

"Não foram encontrados documentos com menção de sigilosos", informa o advogado Bob Bauer em um comunicado.

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