Cruz Vermelha dos EUA suspende restrições a gays e bissexuais para doar sangue
A partir de agora todos os doadores deverão responder às mesmas perguntas para fazer doação
A Cruz Vermelha americana anunciou, nesta segunda-feira (7), que de agora em diante permitirá que homens homossexuais e bissexuais doem sangue sem restrições por sua orientação sexual.
"A Cruz Vermelha celebra esta medida histórica como um avanço significativo e mantém seu compromisso de conseguir um processo inclusivo de doação de sangue que trate todos os doadores potenciais com igualdade e respeito, ao mesmo tempo que mantém a segurança do fornecimento de sangue", declarou a organização humanitária em um comunicado.
A mudança foi possível graças à atualização de diretrizes anunciada em maio pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA). O objetivo é ampliar o número de pessoas que podem doar.
A partir de agora todos os doadores deverão responder às mesmas perguntas para poder doar sangue. Será perguntado a todos os possíveis doadores se tiveram novos ou múltiplos parceiros sexuais nos últimos três meses.
Caso a resposta seja positiva, será perguntado se praticaram sexo anal durante esse tempo. Se responderem que sim, será pedido que eles adiem a doação de sangue.
Leia também
• Coren-PE e Hemope fazem ação para incentivar doação de sangue na próxima terça (8); saiba como doar
• Corpo achado em barril não tinha respingos de sangue nem sinais de violência, diz polícia
• Fiocruz desenvolve kit que detecta sangue infectado com malária
O sexo anal com penetração tem um maior risco de contágio de muitas doenças de transmissão sexual, porque o revestimento do ânus se danifica com facilidade, tornando-o mais vulnerável às infecções.
Anteriormente, os homossexuais estavam excluídos desses adiamentos.
Andrew Goldstein, um pesquisador sobre o câncer de Los Angeles que era doador de sangue regular em seus anos de juventude antes de que as políticas anteriores da FDA o impedissem por ser homossexual, está satisfeito com a mudança.
"Representa muito para mim o fato de eu poder voltar a doar", disse Goldstein, que participou de um estudo clínico em 2021 que abriu caminho para a nova política.
Nos Estados Unidos, a cada dois segundos, uma pessoa necessita de sangue ou plaquetas para cirurgias, tratamento contra o câncer, doenças crônicas ou lesões, segundo a Cruz Vermelha.