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MUNDO

Cuba denuncia submarino nuclear dos EUA em baía de Guantánamo

Ministério das Relações Exteriores cubano "repudia categoricamente a entrada" do submarino

Bandeira cubanaBandeira cubana - Foto: AFP

O governo de Cuba expressou, nesta terça-feira (11), seu "repúdio categórico" à presença "provocativa" de um "submarino de propulsão nuclear" dos Estados Unidos na base naval americana em Guantánamo, entre os dias 5 e 8 de julho.

O Ministério das Relações Exteriores cubano "repudia categoricamente a entrada na baía de Guantánamo, em 5 de julho de 2023, de um submarino de propulsão nuclear que permaneceu até 8 de julho na base militar americana", informou em um comunicado.

A entidade considera que se trata de uma "escalada provocativa dos Estados Unidos, cujos motivos políticos ou estratégicos são desconhecidos", alertando também sobre o "perigo representado pela presença e circulação de submarinos nucleares" perto da região do Caribe.

A denúncia ocorre após a aproximação política entre Havana e Moscou nos últimos meses, sobretudo o recente anúncio sobre o desenvolvimento de projetos conjuntos em diversas áreas, incluindo o "campo técnico-militar".

Também sucede as alegações de Washington de que a China operava uma unidade de espionagem em Cuba há anos e que a atualizou em 2019, o que foi negado pelo Governo da ilha.

As tensões entre Estados Unidos e Cuba tiveram o seu ápice em outubro de 1962, após o governo americano denunciar a presença de armas atômicas na nação insular instalados pela União Soviética.

A resposta foi um bloqueio total imposto à ilha por Washington, o que se traduziu em severas sanções econômicas vigentes até os dias de hoje.

Cuba tem repetidamente exigido a devolução dos 117 quilômetros onde está localizada a base, tomada pelos Estados Unidos desde 1898, após sua guerra de independência contra a Espanha.

Desde 2002, os EUA utilizam o local como uma prisão para detidos da "guerra ao terror" após os ataques de setembro de 2001. No entanto, a unidade prisional é frequentemente denunciada por violações dos direitos humanos, detenções ilegais e tortura.

Segundo um estudo recente da relatora especial da ONU para os Direitos Humanos e a Luta Contra o Terrorismo, Fionnuala Ní Aoláin, dos 800 reclusos presos no local, restam ainda 30, que são submetidos a tratamentos "cruéis, desumanos e degradantes".

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