Cuba diz que relato sobre base espiã chinesa em seu território é 'mentiroso'
A Casa Branca, por sua vez, afirmou que a informação publicada pelo jornal não era "exata"
Cuba rejeitou, nesta quinta-feira (8), o relato publicado na imprensa dos Estados Unidos sobre um acordo claro entre Pequim e Havana para instalar uma base de espionagem chinesa na ilha, enquanto Washington o considerava impreciso.
"O jornal americano The Wall Street Journal publicou em 8 de junho uma informação completamente mentirosa e infundada, alegando a existência de um acordo entre Cuba e China em questões militares para a instalação de uma suposta base de espionagem", disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Carlos Fernández de Cossío, em um comunicado lido para a imprensa.
De acordo com o jornal, citando fontes americanas anônimas, um acordo secreto prevê a instalação de uma estação de monitoramento telefônico na ilha do Caribe, a cerca de 200 km da costa da Flórida, onde estão localizadas importantes bases militares dos EUA.
A Casa Branca, por sua vez, afirmou que a informação publicada pelo jornal não era "exata".
"Vi esse artigo na imprensa. Não é exato", declarou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, à emissora MSNBC.
Fernández de Cossío destacou que, na qualidade de país signatário da Declaração da América Latina e do Caribe como zona de paz, Cuba "rejeita qualquer presença militar estrangeira" nesta região, "incluindo as bases numerosas e forças militares dos Estados Unidos".
Ele enfatizou que "calúnias desse tipo têm sido frequentemente fabricadas por funcionários dos Estados Unidos, aparentemente conhecendo informações de inteligência".
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Mencionou como exemplo os "supostos ataques acústicos contra diplomatas americanos" em Havana, que levaram, em 2017, à retirada de quase todo o pessoal da embaixada em sua capital, embora nunca tenham sido protegidos.
Também citou a "falsidade sobre uma inexistente presença militar cubana na Venezuela".
O funcionário cubano disse que essas "falácias" são demonstradas com a "intenção maliciosa de justificar o endurecimento sem precedentes do bloqueio [americano], a desestabilização e a agressão a Cuba".
Durante a Guerra Fria, os soviéticos tiveram instalações de espionagem eletrônica na Cuba comunista.