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Vacina

Cuba espera produzir 100 milhões de doses de sua vacina contra a covid-19 em 2021

A vacina tem previsão para entrar na fase III de testes em março

Testes da fase II da vacina Soberana estão sendo feitos pelo paísTestes da fase II da vacina Soberana estão sendo feitos pelo país - Foto: Yamil Lage/AFP

Cuba espera produzir 100 milhões de doses de sua vacina contra o coronavírus em 2021 e imunizar toda a sua população neste ano, anunciou nesta quarta-feira (20) o diretor do Instituto Finlay de Havana, que desenvolve dois dos quatro projetos locais em ensaios clínicos. 

"Temos capacidade para fabricar 100 milhões de doses" de Soberana 2, a vacina candidata mais avançada, e "se tudo correr bem, este ano teremos toda a população vacinada", disse o Dr. Vicente Vérez em entrevista coletiva. 

Na segunda-feira, a Soberana 2 passou para a fase II b dos ensaios clínicos, envolvendo 900 candidatos. Se alcançar o sucesso esperado, a candidata entrará na fase III em março (a última antes de sua aprovação), com 150 mil voluntários. 

O objetivo é lançar a campanha de vacinação no primeiro semestre. Para os cubanos, a vacina será gratuita, mas não obrigatória. Vérez indicou que também será uma "opção" para os turistas que visitam o país.

 

Cientistas cubanos estão trabalhando em quatro imunizantes: Soberana 1 e 2, Abdala e Mambisa, todos em ensaios clínicos (fase I ou II). Os três primeiros são administrados por injeção e o quarto por spray nasal. 

A Soberana 1 e 2 são desenvolvidas pelo Instituto Finlay, a Abdala e a Mambisa pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB). 

Se um desses projetos receber a autorização final, será a primeira vacina contra a covid-19 concebida e produzida na América Latina. 

O Brasil, grande fabricante tradicional de vacinas, fechou acordos para importar e produzir a vacina chinesa CoronaVac e a britânica AstraZeneca / Oxford. 

Apesar de enfrentar um surto de casos de coronavírus, Cuba, com 11,2 milhões de habitantes, continua sendo um dos países menos afetados pela pandemia na região, com 19.122 infecções e 180 mortes.

Sob embargo dos Estados Unidos desde 1962, a ilha teve que encontrar seus próprios remédios, tanto em medicamentos quanto em vacinas. Embora o embargo permita a venda de alguns produtos sanitários, muitos bancos se recusam a realizar qualquer transação relacionada à ilha, temendo sanções de Washington. 

A partir da década de 1980, o país, que dedica um quarto de seu orçamento à saúde, começou a desenvolver sua indústria de biotecnologia, com descobertas notáveis, incluindo uma vacina contra meningococo B. 

Atualmente, o programa nacional de vacinação infantil prevê 11 imunizantes, dos quais 8 são fabricados na ilha, para o combate a 13 doenças.

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