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RESPOSTA

Cuba nega presença de membros da guerrilha colombiana do ELN em seu território

Cuba tenta rebater os argumentos que levaram a primeira administração de Trump (2017-2021) a incluí-la na lista de patrocinadores do terrorismo

Díaz-Canel, presidente de CubaDíaz-Canel, presidente de Cuba - Foto: Adem Altan / AFP

O governo de Cuba negou "categoricamente", nesta sexta-feira (24), a presença de membros da guerrilha colombiana do Exército de Libertação Nacional (ELN) em seu território.

A declaração de Havana ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogar, logo em seu primeiro dia na Casa Branca, a recente decisão de seu antecessor, Joe Biden, de retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo.

"Confirmo categoricamente que em Cuba não se encontra nenhum membro do Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN), nem de seu Comando Central", disse na rede social X Eugenio Martínez, diretor da chancelaria cubana para a América Latina e o Caribe.

Cuba tenta rebater os argumentos que levaram a primeira administração de Trump (2017-2021) a incluí-la na lista de patrocinadores do terrorismo.

Em 14 de janeiro, poucos dias antes de deixar o cargo, Biden afirmou que seu governo não havia encontrado "informações que sustentassem a designação de Cuba como um patrocinador estatal do terrorismo".

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, escreveu nesta sexta-feira em sua conta no X que "entre as manobras mais cínicas e perversas dos inimigos do povo cubano estão os falsos pretextos que constroem para acusar Cuba de práticas criminosas que jamais poderão provar".

Em janeiro de 2021, Trump incluiu Cuba nesta lista de países patrocinadores do terrorismo e acusou a ilha de se recusar a extraditar os líderes do ELN para a Colômbia, como havia solicitado o ex-presidente colombiano Iván Duque (2018-2022).

Como país sede do processo de paz, Cuba abrigou líderes do ELN durante e depois de negociações entre a guerrilha e o governo colombiano, as quais foram rompidas em 2019.

Duque encerrou o diálogo após um atentado da guerrilha contra uma escola de polícia que deixou 23 mortos e pediu a Havana a extradição dos rebeldes. Cuba se negou ao alegar seu caráter de país garantidor.

Posteriormente, o esquerdista Gustavo Petro, que assumiu o poder na Colômbia em agosto de 2022, pediu a suspensão dos mandados de prisão contra os líderes do ELN, incluindo o principal negociador de paz, Pablo Beltrán.

Petro também reiniciou um processo de paz com este grupo guerrilheiro, o mais antigo da América Latina.

No entanto, após tensas negociações de pouco mais de um ano, o presidente colombiano suspendeu os diálogos e acusou o ELN de cometer "crimes de guerra". O Ministério Público da Colômbia reativou as ordens de captura contra os líderes da guerrilha, que oficialmente não residem em Cuba desde outubro de 2022.

Durante a última tentativa de levar o processo de paz adiante, os guerrilheiros retornaram a Cuba algumas vezes, mas a última vez que estiveram em Havana foi em fevereiro de 2024, durante a sexta rodada de negociações, informou o dirigente cubano.

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