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Cuba obtém cúpula do G77+China que promove uma nova "ordem internacional"

Encontro em Havana abordará "os desafios atuais de desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação"

Nicolás Maduro (C), e a primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores (D) chegam em HavanaNicolás Maduro (C), e a primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores (D) chegam em Havana - Foto: Zurimac Campos/ Presidência Venezuelana / AFP

O grupo G77+China, integrado por mais de 100 países da Ásia, África e América Latina, que representa 80% da população mundial, se reúne a partir desta sexta-feira (15) para um encontro de cúpula de dois dias em Havana para promover "uma nova ordem econômica internacional".

Dezenas de chefes de Estado e de Governo participam do encontro, com a presença de presidentes destacados da esquerda latino-americana como Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil; Alberto Fernández, da Argentina; e Gustavo Petro, da Colômbia.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, que inaugurará a cúpula, de caráter extraordinário, ao lado do presidente Miguel Díaz-Canel, chegou na quarta-feira (13) à capital cubana.

Entre os países representados no encontro estão Irã, Catar, Angola, Índia e Sri Lanka.

O grupo, criado por 77 países em 1964, se ampliou até somar 134 nações da Ásia, África e América Latina, enquanto a China participa de forma externa e será representada nesta cúpula por Li Xi, membro comitê permanente do escritório político do Partido Comunista da China.

O encontro em Havana abordará "os desafios atuais de desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação", mas Cuba, país encarregado da presidência temporária do grupo, insistiu na necessidade de promover uma ordem internacional menos injusta.

Documento "crítico"
O chanceler cubano Bruno Rodríguez disse na quarta-feira que o rascunho da declaração da cúpula é um documento "crítico com os principais obstáculos de acesso ao desenvolvimento dos países do Sul" e para um "chamado ao estabelecimento de uma nova ordem econômica internacional".

O texto "pede uma reforma profunda da arquitetura financeira internacional, a eliminação urgente das medidas coercitivas internacionais, o tratamento adequado à crescente dívida externa aos países em desenvolvimento", insistiu o chanceler.

O secretário-geral da ONU lembrou em julho que “o G77 é a voz do Sul Global, o maior grupo de países do cenário internacional”.

A “diversidade de cúpulas reflete a polarização crescente do nosso mundo”, acrescentou Guterres, que participou de encontros do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em agosto em Joanesburgo, e das principais economias, o G20, na semana passada em Nova Délhi.

Inicialmente esperado em Havana, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa será representado por seu ministro das Relações Exteriores.

Para Cuba, que recebe o grande evento enquanto enfrenta sua pior crise econômica em três décadas, a presença deste grupo de líderes representa uma oportunidade para desenvolver sua capacidade diplomática.

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