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Migração

Cúpula da UE debate endurecer o tom em questões migratórias e acelerar expulsões

A primeira-ministra da Itália, a ultradireitista Giorgia Meloni, afirmou que existe "um desejo de trabalhar em soluções pragmáticas"

A UE elaborou um Plano de Migração e Asilo há apenas cinco meses, mas vários países procuram novas medidas para acelerar os processos de deportaçãoA UE elaborou um Plano de Migração e Asilo há apenas cinco meses, mas vários países procuram novas medidas para acelerar os processos de deportação - Foto: John Thysa/AFP

Os líderes da UE discutiram, nesta quinta-feira (17) em Bruxelas, como suportar financeiramente a sua política migratória, depois de uma guinada à direita na retórica do bloco e do lançamento de um controverso projeto entre Itália e Albânia.

A agenda da cúpula inclui também discussões sobre a guerra na Ucrânia, assim como a situação explosiva no Oriente Médio, embora a questão da migração ocupe o local central da reunião.

“A migração vai dominar os debates, já é assim há semanas e meses”, disse a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, ao chegar ao local da reunião.

A primeira-ministra da Itália, a ultradireitista Giorgia Meloni, afirmou que existe “um desejo de trabalhar em soluções pragmáticas”.

“É o debate mais delicado”, afirmou uma autoridade do bloco, devido à pressão de um grupo de países que deseja acelerar os procedimentos para expulsar do bloco migrantes que não foram aceitos.

A UE elaborou um Plano de Migração e Asilo há apenas cinco meses, mas vários países procuram novas medidas para acelerar os processos de deportação.

Inclusive chegou a considerar a criação de centros em países fora do bloco, onde esses migrantes poderão ser reagrupados antes de serem transferidos para seus países de origem. Estes são os controversos "centros de deportação", ou centros de deportação.

Novo cenário político
A Itália já iniciou uma experiência neste sentido ao enviar migrantes para um centro em Albânia, onde são suspensas enquanto os pedidos de asilo são processados. De lá podem ser expulsos para os seus países de origem. A ideia, porém, enfrenta resistências.

Em linha com o avanço e o fortalecimento dos partidos de extrema direita em toda a Europa, a questão da aceleração da expulsão de migrantes não aceitos tornou-se central na agenda política.

A Alemanha reforçou recentemente os seus controles fronteiriços em resposta a supostos ataques islâmicos. O governo conservador da Polônia anunciou que suspenderia parcialmente os direitos de asilo e acusou Rússia e Bielo-Rússia de enviar ondas de migrantes para desestabilizar o país.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, invejou uma carta aos 27 países do bloco na segunda-feira na qual discute a necessidade de facilitar as deportações. Na mensagem, Von der Leyen apelou inclusive à “exploração” de “soluções inovadoras”, como centros de retorno fora da UE, de onde estas pessoas seriam devolvidas aos seus países.

Von der Leyen sugeriu que era necessário tirar “lições” do controverso acordo entre Itália e Albânia.  A Espanha manifestou firmemente a sua oposição à ideia e propõe concentrar-se na plena implementação do Pacto de Migração e Asilo.

Segundo um diplomata europeu, ainda "não existe nenhum plano" sobre estes centros, uma vez que o debate é ainda "muito preliminar", e por isso, naturalmente, existem "decisões importantes" sobre o tema nesta cúpula.

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