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SÍRIA

Curdos da Síria pedem cessar-fogo dos combates no país; entenda a situação

As milícias, apoiadas pela Turquia, aproveitaram a ofensiva dos rebeldes do HTS e lançaram uma operação para tomar territórios controlados pelos curdos no nordeste

Pessoas diante de edifícios destruídos na cidade síria de JobarPessoas diante de edifícios destruídos na cidade síria de Jobar - Foto: Bakr Alkasem/AFP

Os curdos da Síria, que controlam uma área no nordeste na margem leste do Eufrates, pediram, nesta segunda-feira (16), o cessar total dos combates e estenderam a mão ao novo governo, após a queda de Bashar al-Assad.

O chefe do Conselho Executivo da administração autônoma curda, Husein Othman, pediu "o fim das operações militares em todo o território sírio para iniciar um diálogo nacional",

O pronunciamento, que foi feito durante uma coletiva de imprensa em Raqa, acontece mais de uma semana depois que uma coalizão de insurgentes liderados pelo grupo islamista sunita Hayat Tahir al Sham (HTS) tomou Damasco em 8 de dezembro.

As milícias, apoiadas pela Turquia, aproveitaram a ofensiva dos rebeldes do HTS e lançaram uma operação para tomar territórios controlados pelos curdos no nordeste.

Esses grupos anunciaram na semana passada que tomaram Deir Ezzor e Manbij, após terem se posicionado em Tal Rifaat, um território estratégico do norte da Síria.

A mediação dos Estados Unidos permitiu concluir uma trégua em Manbij, onde os combates deixaram 218 mortos.

Os curdos sírios são o principal vetor das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos Estados Unidos, que lutam contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na região.

Os curdos foram discriminados durante mais de 50 anos de governo da família Assad na Síria e essa minoria oprimida teme perder as conquistas conseguidas com tanto esforço durante a guerra civil que durou 14 anos, incluindo sua limitada autonomia.

Em um gesto de abertura aos islamistas do HTS, a administração autônoma curda anunciou na semana passada que adota a bandeira síria de três estrelas, símbolo da oposição de Assad.

A administração autônoma curda declarou nesta segunda-feira que “a política de exclusão e marginalização que destruiu a Síria deve chegar ao fim e todas as forças políticas devem construir a nova Síria”.

Os líderes curdos também pediram “uma reunião urgente em Damasco com a participação das forças políticas sírias para unificar suas posições sobre o período de transição”.

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