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De Gap a Adidas, saiba quais marcas já romperam com Kanye West

Empresas como a Adidas, com história sombria do país devem cumprir sua responsabilidade e impedir o retorno deste sentimento

Nesta foto de arquivo tirada em 11 de outubro de 2018, Kanye West se encontra com o presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DCNesta foto de arquivo tirada em 11 de outubro de 2018, Kanye West se encontra com o presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DC - Foto: Saul Loeb / AFP

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Após uma série de comportamentos ofensivos e declarações antissemitas do rapper Kanye West, as portas na indústria da música, da moda e dos negócios em geral têm se fechado para o artista. Nesta terça-feira, a Adidas anunciou o fim da parceria com o cantor, que também foi banido do Twitter e do Instagram por violar as políticas de uso das plataformas.

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Mas a crise na carreira de West, que passou a adotar o nome artístico Ye, não é recente. Em março ele foi removido da lista de apresentações no Grammy 2022 por ter tido um “comportamento preocupante” na internet. Na ocasião, ele havia publicado uma ofensa racial ao apresentador Trevor Noah e foi suspenso pelo Instagram por 24 horas por promover discurso de ódio, bullying e assédio.

Veja abaixo quem já rompeu com Kanye.

Balenciaga

No início deste mês, durante a Semana de Moda de Paris, o rapper fez um desfile surpresa para apresentar a nona coleção de sua grife, Yeezy, e gerou reações controversas. Isso porque ele apareceu com uma blusa que continha a frase “White lives matter” (vidas brancas importam), uma alusão ao movimento “Black Lives Matter” (vidas negras importam).

A atitude gerou reações na indústria da moda. A marca de luxo Balenciaga, por exemplo, cortou laços comerciais com o rapper e disse não manter mais “nenhum relacionamento e nem planos para projetos futuros relacionados a este artista”.

Ye abriu o desfile de verão 2023 da empresa na Semana da Moda de Paris, mas as imagens dele foram removidas do site da marca.

A editora da Vogue, Gabriella Karefa-Johnson, também criticou o desfile e disse que “as camisas que esse homem produziu e compartilhou com o mundo são pura violência” e ainda afirmou não haver “desculpas ou arte nisso”.

Como resposta, West publicou uma foto da editora no Instagram e disse: “eu sei que Anna odeia essas botas”, uma referência à editora-chefe da Vogue Americana, Anna Wintour.

Gap

Em maio de 2021, West assinou um contrato de 10 anos, ligando Yeezy à GAP. A coleção é liderada pelo designer nigeriano-britânico Mowalola Ogunlesi, e a primeira peça foi lançada em junho de 2021 — uma jaqueta azul sem costuras e muito bem recebida no mercado, já que ficou esgotada poucos minutos após a abertura das vendas. Em setembro deste ano, porém, West anunciou o encerramento do contrato com a marca.

Skims

Até mesmo a Skims, marca fundada por sua ex-mulher, Kim Kardashian, procurou se distanciar do rapper. Em nota, a empresa o descreveu como um “pequeno acionista minoritário”, e disse que ele não tem papel ativo na marca. Nesta segunda-feira, Kim também manifestou apoio à comunidade judaica nas redes sociais e condenou o que chamou de “discurso de ódio”.

Willy Chavarria

O designer Willy Chavarria, que trabalhou com Ye pela última vez em 2020 na Yeezy Gap, disse em um e-mail: “acho importante que as marcas que usam Ye para seu ganho, como Balenciaga e Adidas, sejam diretas em sua posição sobre discurso de ódio”.

Adidas

O rompimento da Adidas, anunciado nesta terça-feira (25), representa um prejuízo financeiro alto — uma perda de até € 250 milhões para o resultado anual da empresa (R$ 1,32 bilhão). De acordo com a Adidas, os efeitos serão imediatos.

O prejuízo que a marca deve assumir com o fim da parceria equivale a um sexto da receita líquida anual. Ainda assim, o comunicado exposto diz que “os comentários e ações recentes de Ye são inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores de diversidade, inclusão, respeito mútuo e justiça da empresa”.

A ação da Adidas ocorre após pressão crescente para que a empresa tomasse medidas. No domingo, um grupo pendurou uma faixa que dizia “Kanye está certo sobre os judeus” em uma rodovia de Los Angeles. Após o ocorrido, o diretor regional da Liga Antidifamação, Jeffrey I. Abrams, divulgou um comunicado que dizia: “a ação decisiva da Adidas contra o antissemitismo está atrasada”.

Empresa alemã, a Adidas foi fundada por Adi Dassler, que pertencia ao Partido Nazista. Hoje, na Alemanha, declarações antissemitas feitas na internet podem levar a processos — e empresas que desempenham um papel na história sombria do país devem cumprir sua responsabilidade e impedir o retorno deste sentimento.

Carreira musical

As incertezas na carreira de Kanye West também abrangem o mercado musical. O artista não é mais representdo pela Creative Artists Agency, uma das maiores agências do mundo, e, nesta segunda-feira, o estúdio de cinema e televisão MRC Entertainment anunciou o arquivamento de um documentário sobre Ye.

Além disso, ele não tem mais contrato com a Def Jam, gravadora de longa data do artista, e a própria gravadora de Kanye, a G.O.O.D A Music, também não é mais afiliada à Def Jam.

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