Décimo pacote de sanções da UE contra Rússia também afetará iranianos
Operadores iranianos cujos drones "matam civis" na Ucrânia também serão afetados
O décimo pacote de sanções que a União Europeia (UE) está preparando contra a Rússia também afetará "operadores iranianos", cujos drones "matam civis" na Ucrânia — disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta quarta-feira (15).
"Propomos (...) restrições a dezenas de componentes eletrônicos usados em sistemas de armas russos, como drones, mísseis, helicópteros", disse a autoridade alemã em discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo, na França.
"Mas também existem centenas de drones fabricados no Irã que a Rússia usa nos campos de batalha ucranianos. Esses drones iranianos estão matando civis ucranianos", acrescentou.
Por isso, ela defendeu que o novo pacote de sanções europeias contra Moscou se dirija também, "pela primeira vez", a operadores iranianos, "incluindo os vinculados à Guarda Revolucionária".
O novo pacote de sanções também implementará mais restrições aos fabricantes iranianos que forneceram à Rússia drones usados em ataques à infraestrutura ucraniana, afetando sua capacidade de prosseguir com essas transferências.
"A Guarda Revolucionária do Irã forneceu à Rússia drones do tipo Shahed", disse Von der Leyen.
Leia também
• Quanto tempo sobrevivemos sem água e comida? Pessoas são tiradas com vida mais de 8 dias após tremor
• Relatório acusa Rússia de manter milhares de crianças ucranianas em campos de "reeducação"
A UE já adotou nove pacotes de sanções contra funcionários e organizações do Irã pela repressão aos protestos que abalaram o país pela morte de uma jovem sob custódia policial. Entre os atingidos pelas medidas, estão os líderes da Guarda Revolucionária iraniana.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que as novas sanções também vão incluir quase 100 pessoas na lista negativa do bloco, como autoridades de alta patente responsáveis por atividades militares e líderes ligados a ações de propaganda e de desinformação.
"Temos como alvo os envolvidos em sequestros, deportação e adoção forçada de crianças ucranianas na Rússia e também aqueles que permitem o saque de recursos ucranianos", afirmou Borrell.