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EUA

"Decisão muito difícil", diz Biden sobre envio de bombas de fragmentação à Ucrânia

Bombas são proibidas em vários países por danos à população civil

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden  - Foto: Mandel Ngan/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou como "uma decisão muito difícil" o envio de bombas de fragmentação à Ucrânia. O tipo de armamento, proibido em mais de 100 países, incluindo aliados estratégicos dos EUA, pelos danos causados à população civil, é o mais novo a ter o repasse autorizado à Kiev.

Foi uma decisão muito difícil da minha parte. E, a propósito, discuti isso com nossos aliados, discuti isso com nossos amigos no Congresso — disse Biden, em entrevista ao jornalista Fareed Zakaria, da CNN.

De acordo com o democrata, a medida visa A atender à escassez de munição das tropas ucranianas, que têm encontrado dificuldades de acessar linhas de suprimento de armamentos e munições convencionais no volume necessário para repor o estoque gasto nos acirrados combates.

— Esta é uma guerra relacionada a munições. E eles estão ficando sem munição e estamos com pouca munição. O que finalmente fiz, aceitei a recomendação do Departamento de Defesa para, não permanentemente, mas para permitir esse período de transição, enquanto obtemos mais munição [de artilharia] 155 — acrescentou Biden.

Biden e seus assessores travaram um dos debates mais incômodos da guerra por cerca de seis meses: arriscar deixar as forças ucranianas ficarem sem as munições de artilharia ou concordar com o envio das munições cluster. As armas amplamente proibidas, cuja fabricação é inclusive vetada pela legislação americana, são conhecidas por causar ferimentos graves a civis, especialmente crianças. Os artefatos encaminhados a Kiev virão do estoque do Departamento de Defesa.

A maioria dos aliados mais próximos de Washington, incluindo Reino Unido, Alemanha e França, assinaram a Convenção das Nações Unidas sobre Munições Cluster em 2008. Os EUA, a Rússia e a Ucrânia nunca assinaram o tratado, argumentando que há circunstâncias em que as armas devem ser usados, apesar do potencial para graves baixas civis.

Vários dos principais assessores de Biden, incluindo o secretário de Estado Antony Blinken, recomendaram que ele aprovasse o envio das armas durante uma reunião de altos funcionários da segurança nacional na semana passada, apesar do que eles descreveram como "reservas profundas", disseram pessoas familiarizadas com as discussões. Eles pediram anonimato para discutir deliberações delicadas.

A Ucrânia, que implantou suas próprias munições cluster na guerra, está consumindo o suprimento disponível de projéteis de artilharia convencional e levará tempo para aumentar a produção.

Biden estava sob constante pressão do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que argumenta que as munições — que dispersam pequenas bombas mortais — são a melhor maneira de matar os russos que estão enterrados em trincheiras e bloqueando a contraofensiva da Ucrânia para retomar o território. Uma autoridade dos EUA disse na quinta-feira que agora está claro que as armas são “100% necessárias” para atender às necessidades atuais do campo de batalha.

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