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Caso Henry Borel

Defesa da mãe de Henry diz que selfie na delegacia foi descontextualizada

A imagem foi tirada na madrugada de 18 de março, dez dias após a morte, e achada durante perícia em seu celular

Monique Medeiros tirou a foto na delegacia nove dias após a morte do filho, HenryMonique Medeiros tirou a foto na delegacia nove dias após a morte do filho, Henry - Foto: Reprodução

A defesa da mãe de Henry Borel, indiciada nesta segunda (3) pela morte do menino de 4 anos, afirmou que uma selfie tirada por Monique Medeiros, 32, dentro da delegacia no dia de seu depoimento à polícia foi divulgada de maneira "completamente descontextualizada".

A foto, vinculada a uma suposta frieza da professora, mostra ela de roupa branca, sentada em uma cadeira com os pés para cima ao lado de um advogado e esboçando um sorriso. A imagem foi tirada na madrugada de 18 de março, dez dias após a morte, e achada durante perícia em seu celular.

"Foi divulgada uma foto de Monique completamente descontextualizada. Na verdade aquilo ali se tratava de uma conversa entre ela e um de seus familiares que estava preocupado com as horas que ela estava dentro da delegacia, se havia se alimentado ou não", disse o advogado Hugo Novais neste domingo (2) ao Fantástico.

A imagem foi enviada para uma tia, a quem por volta das 20h daquela noite Monique manda uma outra foto dizendo que está cansada, segundo os prints das mensagens divulgadas pelo programa da TV Globo. "Estou acabada", "desolada" e "transtornada", ela diz inicialmente.

A tia responde a aconselhando a "ter fé em Deus", a pedir para que "Nossa Senhora lhe dê forças", perguntando se ela está sozinha e dizendo que ela precisa se alimentar, além de enviar um vídeo religioso. Mais tarde, depois das 22h, deseja força à sobrinha e diz que ela não está sozinha.

Monique encaminha fotos do que parece ser uma reportagem na televisão, às quais a familiar replica: "Mumu, não sei vc... Mas não consegui assistir.. Fiquei passando mal... Me tremendo toda. Com ânsia de vômito. E meu conselho é que não assista. Vc já tem sofrimento demais. Não se martirize mais ainda".

A conversa segue com conselhos da tia e, por volta da 1h50, Monique questiona: "Que provação é essa que estou passando tia? Estou na delegacia ainda", mandando um vídeo do local. A mulher responde: "Não acredito... Eles querem mostrar serviço, pra mostrar que ficaram mil horas com vcs."

Em seguida pergunta: "Tomou algum alimento? O advogado também está?". É então que Monique envia a selfie, a qual depois ela afirmou não se lembrar de ter tirado.

Também neste domingo o Fantástico divulgou uma nova carta escrita por Monique no presídio, onde está desde 8 de abril, afirmando que seu primeiro advogado montou uma farsa para proteger seu então namorado, o vereador Jairo Souza Santos, 43, conhecido como Dr. Jairinho.

No texto, Monique diz que André França Barreto só aceitaria o caso se eles se unissem e combinassem uma versão inventada, e que a defesa do casal custaria R$ 2 milhões. Também escreveu que tinha passos controlados e era sempre monitorada. Depois da prisão, ela mudou de defesa.

"O dr. André se apresentou, disse que era casado, que tinha quatro filhos, que estudou para ser padre, que era religioso e que não pegava casos de homicídios se não acreditasse na inocência dos seus clientes e nos separou. Fez uma entrevista particular comigo [...]. E depois, fez a mesma coisa com Jairinho separado", diz um trecho.

No mesmo relato ela enumera diversos episódios em que teria sido agredida por Jairinho, como já havia feito em uma primeira carta divulgada pela TV Globo na semana passada. Apesar de diversos pedidos dos advogados, a Polícia Civil concluiu o inquérito nesta segunda (3) sem ouvir Monique novamente, entendendo que ela já teve chance de falar mas optou por mentir.

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