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RIO DE JANEIRO

Defesa de Domingos Brazão apresenta ao STF documentos para rebater delação de Lessa

Pareceres contratados questionam viabilidade de lote que ex-PM disse que iria receber como pagamento

O conselheiro do TCE Domingos Brazão, durante depoimento ao STFO conselheiro do TCE Domingos Brazão, durante depoimento ao STF - Foto: reprodução

A defesa de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), apresentou ao Supremo Tribunal Fedeal (STF) uma série de documentos para rebater a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que o apontou como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Domingos Brazão está preso preventivamente desde março do ano passado pela suspeita. Ele é réu em uma ação penal no STF, ao lado do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), do delegado Rivaldo Barbosa e de outras duas pessoas. Todos negam as acusações.

Um dos pareceres apresentados analisa, por exemplo, a afirmação de Lessa que seu pagamento pela participação no crime seriam dois loteamentos no bairro Tanque, com 500 lotes em cada, que seriam vendidos a R$ 100 mil cada.

O documento afirma que o local onde ficariam as propriedades apresenta "restrições físicas", com "topografia e inclinação inviáveis para o feito". Além disso, aponta que "os valores das supostas transações se mostram incompatíveis com o comportamento de mercado da região na época".

Outro parecer analisou a rua na qual Lessa afirmou que se encontrava com Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, que teria intermediado sua contratação para o crime. O local, na Barra da Tijuca, foi descrito como uma "rua escura e deserta".

Após uma vistoria no local, contudo, a avaliação contratada pela defesa de Brazão afirma que o local "possui iluminação pública e localiza-se em área residencial, com monitoramento por câmeras de segurança e intenso fluxo de pessoas".

Também foram apresentados documentos de um imóvel e de uma loja que Lessa apontou que teriam sido obtidos por meio de grilagem, o que os advogados do conselheiro negam. Ainda foram anexados depoimentos de pessoas públicas defendendo a conduta de Brazão.

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