Defesa diz que promotor não está convencido da participação de Danilo no crime; acusação contesta
Assistente de acusação assegurou que o processo tem provas suficientes da atuação de Danilo Paes no assassinato
O advogado de defesa Rafael Nunes fez uma afirmação que pode indicar uma reviravolta no que se refere à participação de Danilo Paes, de 28 anos, no assassinato do pai, o médico Denirson Paes, que foi encontrado esquartejado e carbonizado numa cacimba, em julho de 2018.
Nunes revelou que o promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Leandro Guedes Matos, teria adiantado ao assistente de acusação, Carlos André Dantas, durante o júri popular de Danilo, que acontece nesta terça-feira (24), no Fórum de Câmara, que não estava convencido da participação do filho no crime.
“Ele disse que tinha, em seu íntimo, a certeza que Danilo não contribuiu em absolutamente nada, e adiantou que irá concordar com a defesa, no tocante à absolvição dele”, explicou.
O assistente de acusação Carlos André Dantas respondeu à afirmação de Rafael e confirmou o adiantamento. Ele disse que questionou a atitude e assegurou que o processo tem provas suficientes da atuação de Danilo Paes no assassinato.
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“Em plenário, eu aleguei que o sistema acusatório deste processo está sendo prejudicado, inclusive pela falta de um outro promotor [André Rabelo] que iria participar e teria uma tese divergente da dele [do promotor que fez a alegação]. Eu não sei a causa, mas, como advogado, eu peço esclarecimentos. O sistema acusatório prejudicado pode afetar o resultado do processo”, complementou Carlos André.
“Não tem outra tese. Esse fato já é conhecido no Estado todo. Os exames e investigações descrevem o que aconteceu naquele dia [do assassinato]. O doutor Denirson foi vítima de um homicídio brutal. A causa da morte dele foi asfixia por estrangulamento. Jussara diz que ela dominou, estrangulou ele é arrastou o corpo por 70 metros. Ela não fez isso sozinha”, finalizou Dantas.