Deitar em baleia morta e sentir cheiro de pum: 5 tratamentos que as pessoas acreditavam funcionar
Sem antibióticos, cirurgias e cremes os profissionais da medicina de alguns séculos atrás usavam a criatividade e textos antigos para curar seus pacientes
Ir ao médico e ele receitar um antibiótico contra uma dor de garganta mais forte, fazer uma lavagem no ouvido para parar a dor, ou até mesmo uma cirurgia mais delicada para corrigir algo se transformou em normalidade para a sociedade moderna, porém, há anos atrás — e não tão longínquos — isso era algo impossível de ser feito.
Um artigo da Science Alert foi a fundo na medicina antiga e mostrou que ao procurar um médico, as pessoas poderiam esperar de tudo, incluindo cheirar peido, transfusão de leite e até mesmo deitar em cima de uma baleia. Confira cinco tratamentos médicos mais estranhos que a humanidade precisou enfrentar:
Pote de flatulências
Na década de 1960, com a Grande Praga varrendo Londres, os médicos estavam convencidos de que ela se espalhava por meio de vapor de ar mortal e que uma substância malcheirosa poderia diluir a poluição. A solução: cheirar um pote com seu próprio pum.
Como tal, alguns moradores começaram a armazenar seus gases em potes, apenas no caso de a situação repentinamente exigir um cheiro rápido.
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Transfusões de Leite
No final de 1800, os grupos sanguíneos ainda não haviam sido descobertos — eles foram revelados no ínicio do século XX pelo médico Karl Landsteiner. Ele descobriu que ao misturar amostras de sangue de diferentes pessoas, as hemácias se aglutinavam. Cerca de metade das pessoas que precisam de transfusão de sangue morriam, pois recebiam um plasma que não coincidia com o sangue do paciente.
Os médicos então começaram a usar leite, seja de vacas, cabras ou humanos. Acreditavam que o alimento fornecia ao corpo as matérias-primas para criar glóbulos brancos de maneira mais segura do que reabastecê-los com sangue de doadores.
Na realidade, porém, as transfusões de leite ainda resultavam frequentemente em morte e a ideia caiu em desuso.
Múmias cremadas
A partir do século XII até o século XVI, a medicina com múmias começou a ser muito difundida na Europa. Os médicos acreditavam que o pó de uma múmia egípcia tinha substâncias capazes de tratar contusões, dores de cabeça, feridas, câncer, gota e até mesmo depressão.
Ou seja, era normal entrar em um boticário europeu e sair com um frasco de múmia cremada para passar na pele.
Quatro séculos depois, os médicos foram ver que tudo não passou de um mal-entendido e uma tradução incorreta de textos antigos. Eles argumentavam que o betume, frequentemente usado no processo de mumificação, poderia curar feridas e membros quebrados ou fornecer um antídoto para venenos, porém, era um mito.
Baleia a base de álcool
Esta mania começou no final do século XIX em um hotel na Austrália, onde as pessoas se internavam para tratar artrite reumatoide. A cura se baseava em ir até uma baleia morta e deitar em sua carcaça por várias horas.
A maneira como o “tratamento” foi descoberto é ainda melhor. Aparentemente, um homem bêbado tropeçou em uma baleia morta na praia e deu uma cabeçada na gordura em decomposição do animal. Ele não só emergiu completamente sóbrio, como afirmou ter sido curado de seu reumatismo. Infelizmente, não há registros de por quanto tempo este processo foi levado como sério pela medicina.
Repolho como uma cura para tudo
Na Roma antiga, um vegetal era considerado mais saudável do que quase qualquer outro. De acordo com o famoso estudioso romano Plínio, o Velho, "seria uma tarefa muito longa enumerar todos os elogios do repolho". Um dos mais recomendados, e estranhos, é a injeção de suco de repolho quente nos ouvidos para curar a perda auditiva.
O historiador romano Marcus Cato, O Velho, até escreveu um tratado de 2.000 palavras sobre as maravilhas do repolho. "Promove a digestão maravilhosamente e é um excelente laxante, e a urina [dos comedores de repolho] é saudável para tudo", disse Cato.
De fato, Plínio disse uma vez que, os meninos banhados nessa urina, "nunca ficam fracos".