EUA

Democratas tentam reconquistar eleitores rurais e afastá-los de Trump

Os democratas têm lutado para atrair os americanos das zonas rurais desde as presidenciais de 2016

Um apoiador do ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump comparece a um comício de campanhaUm apoiador do ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump comparece a um comício de campanha - Foto: Peter Zay / AFP

Os democratas, revitalizados pela candidatura presidencial de Kamala Harris, estão definindo uma mensagem para reconquistar os eleitores rurais, mais inclinados às propostas do republicano Donald Trump nos últimos tempos.

Em um salão à margem da Convenção Nacional Democrata em Chicago, funcionários da campanha e congressistas se reuniram na terça-feira para debater ideias sobre como reduzir as "disparidades entre o campo e cidade".

"O segredo para conquistar os eleitores rurais: falar sobre suas escolas, estradas, assistência médica", disse Laura Kelly, governadora democrata do Kansas, estado profundamente republicano.
 

"Aparecer, não apenas para as fotos", disse Kelly aos reunidos.

Os participantes receberam um manual para um projeto chamado "Iniciativa de ponte rural-urbana" com dicas sobre como trazer os eleitores rurais para o lado democrata. "Mostre patriotismo e orgulho local em eventos de campanha", recomenda. "Transforme as prefeituras em locais de escuta. Fale como um morador".

No encontro, havia cartazes que diziam "Kowgirls for Harris", um trocadilho com a inicial do nome de Kamala e cowgirls, entre outras homenagens à vice-presidente e ex-senadora da Califórnia, que substituiu o presidente Joe Biden na nomeação democrata após sua renúncia em 21 de julho.

Os democratas têm lutado para atrair os americanos das zonas rurais desde as presidenciais de 2016. Naquelas eleições, Trump derrotou Hillary Clinton, em grande parte devido à força dos eleitores rurais e da classe trabalhadora que historicamente votaram nos democratas.

O partido está determinado a reverter essa tendência em novembro.

"Este é o primeiro ano em que o nosso partido está realmente ativo nisto", disse Diane Snyder, funcionária democrata em um condado fortemente republicano na Carolina do Norte. "Estamos batendo de porta em porta e as pessoas se surpreendem, estamos orgulhosos disso".

A iniciativa é especialmente importante na Carolina do Norte, um dos poucos estados americanos decisivos na corrida à Casa Branca entre Harris e Trump em 5 de novembro.

"Uma conversa difícil" 
Trump tenta apresentar Harris, de 59 anos, como uma "socialista" e membro de uma elite da costa oeste afastada da realidade dos americanos que vivem no campo, longe das grandes cidades.

A escolha de Harris pelo governador de Minnesota, Tim Walz, para ser seu companheiro de chapa foi claramente um esforço para tentar contrariar esta narrativa.

Walz, de 60 anos, do meio-oeste, ex-professor do ensino médio e técnico de futebol em Nebraska, aceitará oficialmente a indicação para ser candidato a vice-presidente e falará aos delegados de todo o país nesta quarta-feira.

"É tão autêntico, tão real", disse Heidi Heitkamp, ex-senadora democrata pela Dakota do Norte, que mora em Minnesota.

"Acho que isso traz equilíbrio à chapa", disse Patricia Walsh, democrata de uma parte do Alasca tão isolada que não conseguiu receber a camiseta de campanha a tempo para a convenção. Ela mesma criou a sua.

A esposa de Walz, Gwen, foi calorosamente aplaudida quando apareceu no painel "rural-urbano" para discursar aos participantes.

"Demos aulas no Nebraska rural", disse ela sobre seu marido, acrescentando entre risos que "cresceu em uma comunidade duas vezes maior do que a de Tim Walz".

"Vamos convencer as pessoas uma por uma, comunidade por comunidade" a votar em Harris em vez de Trump, disse.

"Voluntário, traga um amigo, temos uma conversa difícil".

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