Dengue: apenas um estado ainda tem tendência de alta da doença; saiba qual
Na maior parte do país, novos casos estabilizaram ou começaram a cair, porém, incidência permanece elevada
A maior parte do Brasil, 25 estados e o Distrito Federal, apresentam tendência de queda ou estabilidade para a dengue. A única exceção é o Mato Grosso, onde o número de novos casos da doença continua a aumentar. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde em coletiva de imprensa e consideram dados até a semana epidemiológica 18, período que terminou no último dia 4.
Ainda assim, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel, lembrou na ocasião que a incidência da dengue continua elevada no Brasil: — Mesmo que tenhamos passado pela fase de maior número de casos, de uma explosão maior, de muita aceleração, continuamos ainda com muitos casos confirmados. Então ainda é um quadro de preocupação.
Ao todo, segundo o informe divulgado nesta quarta-feira pela pasta, já foram 4.500.594 casos de dengue em 2024. O número é 319,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Para comparação, o ano que concentrava a maior quantidade de diagnósticos até então era 2015, com 1.688.688 casos.
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Já em relação às mortes, foram confirmadas 2.336 até agora, uma alta de 203,8% em relação a 2023. Outras 2.439 seguem em investigação. O boletim do ministério mostra ainda que houve 49.371 casos de dengue grave ou com sinais de alarme neste ano e que 10 estados, e o Distrito Federal, decretaram emergência pelo avanço da arbovirose – Acre; Amapá; Espírito Santo; Goiás; Minas Gerais; Paraná; Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul; Santa Catarina e São Paulo. No Acre, porém, a medida foi revogada diante da melhora do cenário epidemiológico.
Em relação à curva da doença pelos estados, 21 e o DF apresentam uma tendência queda de novos casos. São eles AC; AL; AM; AP; BA; ES; GO; MG; MS; PB; PE; PI; PR; RJ; RN; RO; RR; RS; SC; SE e SP. Em outros 4, há uma estabilidade: CE, MA, PA e TO. Já no MT os registros continuam a crescer.
— Passado o pico, não quer dizer que epidemias nos estados afetados já passaram, porque ainda há casos sendo registrados. Por isso o Ministério continua atento e alerta — afirmou o diretor do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde, Guilherme Werneck, na coletiva.
A incidência de dengue no país, por exemplo, está em 2.216,4 casos a cada 100 mil habitantes, enquanto em 2023 – que foi o segundo ano até então com mais diagnósticos da série histórica do Ministério da Saúde – era de 503 casos no mesmo período. Os lugares com maior incidência hoje são Brasília, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina.
Na coletiva, os membros do Ministério da Saúde destacaram ainda medidas implementadas no combate à dengue. Citaram a liberação de R$ 142 milhões até agora para apoiar estados; a distribuição de 2,67 milhões de doses da vacina para 1.330 municípios, das quais 906.675 foram aplicadas, e afirmaram trabalhar na construção de um plano para redução de óbitos por dengue que terá a contribuição de especialistas, ainda sem mais detalhes.
“Para evitar a dengue, no entanto, a eliminação dos focos do mosquito segue como medida mais eficaz. As larvas do transmissor se desenvolvem em água parada. Dessa forma, é preciso empenho da sociedade para eliminar os criadouros com medidas simples e que podem ser implementadas na rotina, como tampar caixas d’água e outros reservatórios, higienizar potes de água de animais de estimação, tampar ralos e pias, entre outras”, diz a pasta em nota.