Saúde

Dengue: após recorde em 2022, Brasil bate mil mortes novamente em 2023

Atualização do Ministério da Saúde mostra que ano já é o 2º com mais óbitos pela doença e pode ultrapassar 2022

Mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya.Mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. - Foto: NIAID

O Brasil ultrapassou novamente a marca de mil mortos pela dengue em 2023, mostra a última atualização do painel de arboviroses do Ministério da Saúde. A primeira vez que o país contabilizou mais de mil vítimas fatais pela doença foi no ano passado, quando também bateu o recorde de mais óbitos da série histórica.

De acordo com o painel do ministério, até a semana que terminou no último dia 18 foram 1.037 óbitos pela dengue no Brasil. Com isso, os números da série histórica mostram que 2023 já é o 2º ano com mais mortes, perdendo apenas para 2022, quando foram 1.053 mortes. Como há casos ainda em investigação, é possível que este ano assuma eventualmente o topo da lista.

Antes de 2022, o período com mais fatalidades era 2015, quando o país registrou 986 vidas perdidas. A dengue é uma doença cíclica, e costuma ter períodos de maior e menor impacto. Porém, antes de 2015 o Brasil nunca havia contabilizado mais de 700 mortes em um único ano, algo que já aconteceu cinco vezes desde então.

Em relação aos casos, em 2023, foram 1,66 milhão de casos prováveis de dengue até meados de novembro. No ano passado, o país contabilizou 1,52 milhão de diagnósticos. Porém, o ano atual também não lidera o número de infecções, já que, em 2015, foram 1,68 milhão de pessoas contaminadas.

Vacinas da dengue disponíveis no Brasil
A vacina da farmacêutica Takeda, chamada de Qdenga, recebeu o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março para uso no Brasil em pessoas de 4 a 60 anos, independentemente de já ter sido infectado pela dengue ou não.

A vacina começou a ser comercializada nas clínicas particulares no início de julho. Em relação à rede pública, o laboratório solicitou ao Ministério da Saúde, em agosto, a inclusão das doses no Sistema Único de Saúde (SUS). Há a expectativa para que o processo avance em 2024.

Nas clínicas, as doses podem ser encontradas por valores que variam entre R$ 400 e R$ 500. Como o esquema envolve duas aplicações, com um intervalo de três meses entre elas, o preço final fica entre R$ 800 e R$ 1 mil. Nos estudos clínicos, a imunização demonstrou uma eficácia geral de 80,2% para evitar contaminações, e de 90,4% para prevenir casos graves.

A vacina da Takeda não é a primeira contra a dengue. Em 2015, o Brasil aprovou a Dengvaxia, desenvolvida pela Sanofi, que se tornou o primeiro imunizante para a doença com o sinal verde no país. No entanto, o público-alvo restrito levou a vacina a não ter uma alta adesão.

Isso porque ela é indicada apenas àqueles que já foram contaminados anteriormente para evitar um quadro de reinfecção, que costuma ser mais grave. Nesses casos, a eficácia é alta, de quase 80% para evitar doença severa. Porém, em pessoas soronegativas, ou seja, que nunca tiveram dengue, a dose não se mostrou significativamente eficaz em impedir a infecção, nem apresentou o perfil ideal de segurança.

Por isso, a Dengvaxia é aprovada somente entre 9 a 45 anos e para os que já tiveram a doença. Ela é aplicada no esquema de três doses, com intervalo de seis meses. Assim como a dose da Takeda, ela pode ser encontrada apenas na rede privada no Brasil.

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