SAÚDE

Dengue: diretor da OMS quer que Brasil se torne fornecedor da vacina

Tedros Adhanom propôs a Lula uma parceria para a produção nacional de imunizantes contra a doença

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom GhebreyesusO diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus - Foto: Fabrice Coffrini / AFP

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, propôs ao presidente Lula uma parceria para a produção de vacinas brasileiras de dengue. Adhanom quer tornar o Brasil um fornecedor internacional de imunizantes contra a doença com produções do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Na última fase dos testes, a vacina de dengue em desenvolvimento pelo Butantan tem previsão de receber autorização da Anvisa no início de 2025. O esquema vacinal é composto por apenas uma dose e a eficácia, de 79 6%, é similar à da vacina Qdenga (80,2%), que será oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro.

Lula, Adhanom e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, se reuniram no Palácio do Planalto na noite de segunda-feira. O diretor da OMS fica no Brasil até esta quarta-feira, quando se reúne com Trindade e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Ele também participa no dia do lançamento do Programa Nacional para a eliminação de doenças determinadas socialmente, ação do ministério para eliminar, como problemas de saúde pública, doenças que acometem mais intensamente populações em vulnerabilidade social — como tuberculose, malária, HIV e hanseníase.
 

Parceria com produtoras nacionais
O Ministério da Saúde também articula uma parceria com a empresa produtora da vacina Qdenga, a Takeda, Butantan e Fiocruz, para transferência da tecnologia do imunizante. O intuito é ampliar a produção das doses.

O mesmo trabalho foi feito para desenvolver vacinas contra a Covid-19 durante a pandemia entre Butantan e a chinesa Sinovac e entre a Fiocruz e a AstraZeneca.

Nesse caso, com a fabricação nacional o governo brasileiro poderia comprar o medicamento diretamente de um dos laboratórios nacionais, assim como ocorreu com a vacina contra a Covid. Esse processo, além de aumentar a capacidade de produção, diminuiria os custos, já que não seria preciso pagar taxas de importação.

O valor por dose da Qdenga, de R$ 170, é considerado alto pelo ministério comparado aos demais imunizantes já ofertados. Segundo a pasta, o preço é duas vezes maior que as vacinas mais cara incluídas no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A ministra da Saúde se reuniu no sábado com o diretor do Butantan, Esper Kallás, e com o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, para tratar sobre o assunto. A baixa capacidade de produção da Takeda é o principal fator para a restrição de idade e regiões na vacinação que começa em fevereiro.

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