Dengue: governo de SP institui centro de emergência para o combate à doença
Grupo incluirá profissionais de oito secretarias da gestão paulista; prazo diagnóstico no estado poderá ser antecipado
O governo do estado de São Paulo criou um Centro de Operações de Emergências (COE) para arbovirososes urbanas. A sala de situação será dedicada principalmente aos cuidados com a dengue, com alta de diagnósticos em diversas partes do país — e também com avanço de casos em São Paulo.
O novo grupo foi anunciado em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do governador em exercício Felicio Ramuth.
A estrutura de emergência inclui oito pastas do governo estadual. Neste primeiro momento, caberá ao grupo, por exemplo, orientar as cidades paulistas a organizar ações de combate à infecção. As cidades paulistas receberão um reparte de R$ 200 milhões (a serem divididos e utilizados de maneira independente) para o combate à doença tanto na área de prevenção quanto de cuidados.
O secretário de Saúde do estado Eleuses Paiva diz que há o plano de reduzir o prazo para o diagnóstico, feito pelo Instituto Adolfo Lutz. Hoje, contabiliza Eleuses, o resultado pode levar ao menos 5 dias. Com a automação de serviços, que deve ser feita nas próximas semanas, o prazo pode cair para 48 horas.
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"Quanto mais cedo tivermos o diagnóstico e começar as terapias, melhor será a resposta é menor (a ocorrência) dos caos graves" afirmou o secretário.
A grande novidade no combate à dengue é a inclusão da Defesa Civil nas operações. A equipe trabalhará com conscientização nos municípios e na operação de equipamentos de nebulização.
O estado afirma contar com 39 máquinas pesadas para fazer nebulização, além de 500 equipamentos portáteis para o mesmo serviço, normalmente chamado de “fumacê”.
Outra estratégia do COE será a preparação de professores e profissionais da área da educação para que informar pais e alunos sobre os cuidados relacionados à doença. O trabalho se faz importante porque, de acordo com Eleuses, cerca de 75% dos focos do mosquito Aedes Aegypti estão localizados em residências.
O governo também criou um painel digital para o monitoramento de casos suspeitos e confirmados da doença em todo o estado.
Presente na coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás afirmou que um novo imunizante para a doença, desenvolvido pela instituição, ainda levará tempo para chegar à população.
"A vacina do Butantan tem dose única, essa é uma de duas grandes vantagens. A proteção média é de 80%. Estamos na fase final de desenvolvimento" afirmou o médico infectologista que diz que ainda haverá um importante caminho até o uso do imunizante. "Vamos submeter para apreciação da Anvisa no segundo semestre."