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Redes sociais

Depois do Facebook, senadores dos EUA questionam TikTok, Snapchat e YouTube

"Ser diferente do Facebook não é uma defesa", disse o democrata Richard Blumenthal

Representantes dessas três redes sociais, muito populares entre os mais jovens, tentaram mostrar aos senadores americanos que suas plataformas são melhores do que o Facebook na questão de segurança de crianças e adolescentes em seus domíniosRepresentantes dessas três redes sociais, muito populares entre os mais jovens, tentaram mostrar aos senadores americanos que suas plataformas são melhores do que o Facebook na questão de segurança de crianças e adolescentes em seus domínios - Foto: Pixabay

A atenção do Congresso dos Estados Unidos se voltou nesta terça-feira (26) para o TikTok, o Snapchat e o YouTube, que, assim como o Facebook, são acusados de prejudicar a saúde mental e física de crianças ao expô-las a modelos de vida irrealistas e a anúncios inapropriados.

Representantes dessas três redes sociais, muito populares entre os mais jovens, tentaram mostrar aos senadores americanos que suas plataformas são melhores do que o Facebook nessas questões.

Mas o Facebook e seu aplicativo Instagram não têm o monopólio da infelicidade dos adolescentes, replicaram os congressistas.

"Ser diferente do Facebook não é uma defesa", disse o democrata Richard Blumenthal. "Queremos uma corrida ao topo, não ao fundo."

A audiência no Congresso acontece algumas semanas depois de Frances Haugen fazer denúncias sobre o Facebook diante da mesma comissão.

A ex-engenheira do Facebook revelou, apoiada por documentos, que a empresa estava ciente dos efeitos nocivos de seus serviços sobre alguns dos adolescentes que os utilizam, de acordo com sua própria investigação interna.

Segundo Haugen, o grupo californiano está colocando o benefício econômico acima do bem-estar de seus usuários, uma frase que agora é amplamente utilizada por um grande número de ONGs e legisladores.

"Mais pares de olhos significam mais dólares. Tudo o que se faz é para adicionar usuários, especialmente crianças, e mantê-los dentro de seus aplicativos", afirmou Blumenthal.

13 anos

O senador contou histórias de pais impotentes frente às experiências online de seus filhos, como uma mãe cuja filha foi "inundada com vídeos sobre suicídio, automutilação e anorexia porque estava deprimida e buscava conteúdo sobre esses temas".

Seus colegas também questionaram as opções das plataformas quanto a idade mínima, os métodos de moderação de conteúdo (humano e/ou algorítmico) e a proteção da privacidade.

Os representantes das três redes se defenderam com comparações lisonjeiras e citando medidas já estabelecidas.

"O Snapchat foi construído como um antídoto contra as redes sociais", declarou Jennifer Stout, vice-presidente do grupo Snap.

A idade mínima definida para ingressar na plataforma, que tem 500 milhões de usuários mensais, é de 13 anos.

O aplicativo difere dos outros por ser muito menos aberto a conteúdo externo. Os usuários trocam conteúdo principalmente entre si e têm acesso a vídeos e textos de veículos de imprensa, clubes esportivos, marcas, etc. em uma seção de "descoberta".

O TikTok e o YouTube possuem versões adaptadas para usuários mais jovens, com características específicas. O TikTok para crianças menores de 13 anos não permite que elas postem vídeos ou façam comentários nos vídeos publicados por outras pessoas.

Para os adolescentes entre 13 e 16 anos, a rede social proíbe as transmissões ao vivo e, por padrão, mantém as contas desses jovens usuários como privada, o que significa que só pode ser visualizada por pessoas autorizadas pelo titular.

"Não terminamos"

"Descobrimos que pessoas com transtornos alimentares acessam o TikTok para falar sobre isso de maneira positiva", disse Michael Beckerman, chefe de políticas públicas nas Américas da chinesa ByteDance, que tem uma versão separada do app na China sob o nome Douyin.

A plataforma anunciou no final de setembro que havia ultrapassado a marca de um bilhão de usuários ativos mensais, muito atrás do YouTube e seus 2,3 bilhões de usuários que se conectam pelo menos uma vez por mês, segundo dados de 2020.

O serviço de vídeo do Google, por sua vez, destacou seus esforços para remover milhões de conteúdos que violam suas regras.

"As redes sociais podem oferecer oportunidades de entretenimento e educação", reconheceu a comissão, "mas esses aplicativos também foram usados indevidamente para se aproveitar de crianças e promover atos destrutivos, como vandalismo escolar, desafios virais que representam risco de vida, bullying, transtornos alimentares (...) e abuso de menores".

Muitos congressistas procuram legislar para que haja mais mecanismos para proteger os menores de idade.

"Não terminamos", disse Blumenthal.

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