Venezuela

Deputado da Venezuela pede prisão de adversário de Maduro nas eleições

González Urrutia, 75 anos, foi convocado para depor no MP em três graças

Uma jornalista detida na Venezuela foi libertada nesta segunda-feira (26), sob regime de apresentação periódica e proibida de sair do paísUma jornalista detida na Venezuela foi libertada nesta segunda-feira (26), sob regime de apresentação periódica e proibida de sair do país - Foto: Daniel Slim/AFP

O Ministério Público (MP) da Venezuela solicita, nesta segunda-feira (2), a prisão de Edmundo González Urrutia, adversário do presidente Nicolás Maduro nas eleições de julho, das quais o chefe de governo foi proclamado vencedor em meio a denúncias de fraude feito pela oposição.

O MP divulgou nas redes sociais uma cópia da solicitação a um tribunal com jurisdição sobre terrorismo da "ordem de apreensão contra o cidadão Edmundo González Urrutia" por supostos crimes relacionados às eleições, que incluem "desobediência das leis", "conspiração", "usurpação de funções" e "sabotagem".

González Urrutia, 75 anos, foi convocado para depor no MP em três graças. Não compareceu a nenhuma delas, embora a terceira tenha coincidido com um apagão em todo o país na última sexta-feira, 30 de agosto.

O diplomata - em clandestinidade desde 30 de julho - argumentou que o deputado estava participando como um "acusador político", que o submeteria a um processo "sem garantias de independência e do devido processo".

As convocações foram focadas em um site no qual a oposição publicou cópias de mais de 80% das atas de votação, arquivos que reivindicam a vitória de González Urrutia em 28 de julho e a fraude de Maduro.

Os documentos foram desconsiderados pelo chavismo, e o corte suprema tentou uma investigação após validar o resultado oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou Maduro como vencedor do pleito com 52% dos votos. Não foi publicado, no entanto, o detalhamento da contagem mesa por mesa, como exige a lei.

Maduro pediu que González Urrutia e a líder da oposição María Corina Machado, também na clandestinidade, fossem presos. O presidente os responsabiliza por atos de violência nas manifestações pós-eleições que resultaram em 27 mortos - dois deles militares -, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, já anunciou uma investigação criminal contra ambos por “incitação à insurreição” militar, após um apelo aos militares para que reconhecessem a vitória de González Urrutia.

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