Dermatite atópica pode impactar psicológico, sono e até vida sexual de pacientes; entenda
Doença inflamatória da pele é caracterizada pela coceira excessiva e formação de lesões
A dermatite atópica é uma doença caracterizada pela inflamação crônica na pele, causando coceira e lesões.
O incômodo no dia a dia nos casos graves, porém, pode ir muito além destas queixas, com impactos como aumento de ansiedade, irritação, baixa autoestima, problemas no sono, entre outros.
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O dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Wagner Galvão, membro da Diretoria Científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo (SBD-SP), conta que as complicações podem chegar até mesmo a afetar a vida social, por receios de crises em público, e levar a uma redução do desejo sexual:
— Ela tem como marca a coceira intensa com episódios de crise e nos casos graves sem períodos de calmaria. Quando inflamada, a pele fica sensível a ponto de o banho e o uso de cremes e pomadas pode ser insuportável, que é uma das formas de tratamento. E entendemos que o uso frequente de tratamentos não indicados, como alguns remédios, podem gerar catarata, diabetes e obesidade. Mas visto o desespero e a falta de acesso a opções melhores, eles ainda são muito usados gerando consequências indesejadas.
O surgimento da dermatite atópica frequentemente ocorre durante a infância ou a adolescência.
Quando abordada de forma adequada, diz Galvão, é possível controlá-la sem efeitos colaterais mais graves.
Hoje há opções terapêuticas já para bebês a partir de seis meses, que são seguras e eficazes.
No entanto, esse tratamento envolve uma rotina de cuidados com a pele que pode ser exaustiva.
E para aqueles que têm formas mais severas da dermatite, o quadro é ainda pior – já que, mesmo com o tratamento, continuam sintomáticas.
O maior problema é que a coceira de forma excessiva pode surgir no meio da noite, interrompendo o sono, durante o dia, afetando o desempenho no trabalho, ou em outros momentos que demandam concentração, mas que são atrapalhados pelo incômodo incessante.
Nesses casos, o tratamento específico, explica Galvão, é definido pelo médico, mas pode envolver o uso de medicamentos como corticoides, imunossupressores ou biológicos, dependendo da severidade dos sintomas, além dos hidratantes, que são indicados para todos os pacientes.